Como fazer benchmarking? Veja 5 passos

Prática • mar. 05, 2020

O benchmarking é uma das melhores estratégia para garantir que seu negócio esteja sempre atualizado. Vivemos em uma era em que produtos, processos produtivos, métodos de gestão e a própria dinâmica da relação com o cliente mudam em velocidade jamais vista na história. Com a velocidade da informação e o estreitamento geográfico proporcionado pela internet, não é exagero dizer que a inovação  de hoje é o “antiquário de amanhã”.

Desta maneira, fica difícil acompanhar as mudanças, mas como fazer benchmarking? Ou, antes, o que é benchmarking?

No setor de alimentação fora do lar, especificamente, a todo momento são criadas estratégias de engenharia de cardápio (que tiram proveito da sazonalidade dos alimentos). Em um piscar de olhos, surgem tecnologias como cardápio digital e integração eletrônica entre cozinha e atendimento. Repentinamente, equipamentos modernos para cozinha industrial  passam a ser utilizados pela concorrência, devastando a competitividade dos rivais mais obsoletos.

Em qualquer negócio, principalmente no setor gastronômico (que trabalha com margens estreitas e grande concorrência), é preciso fazer benchmarking, para assegurar as melhores práticas do mercado. Vamos entender então o que significa essa estratégia?

Afinal, o que é benchmarking?

Antes de entender como fazer benchmarking, é preciso saber qual é a essência dessa técnica de análise competitiva. Benchmarking é um modelo de identificação de oportunidades com base no estudo de práticas, tecnologias e processos utilizados pelos mais bem-sucedidos concorrentes de seu segmento.

É a comparação analítica do que seu rival faz, com vistas à absorção e adaptação dos paradigmas dele para dentro dos muros de sua empresa. Parte da premissa de que não se pode vencer a acirrada disputa concorrencial sem saber quais são as virtudes e as fraquezas de seus adversários. Ou, na linha dos ensinamentos do filósofo e estrategista militar chinês Sun Tzu (544 a.C. – 496 a.C.), em A arte da guerra :

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Agora, se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.

Embora adotados para o contexto militar, ensinamentos como esse cabem largamente no universo dos negócios. Acima, o estrategista fala, entre outras coisas, sobre benchmarking!

Benchmarking é uma poderosa ferramenta de mensuração de desempenho empresarial cujo objetivo é prover inspiração para que os gestores desenvolvam novas abordagens de satisfação do cliente  a partir do que se faz de melhor no segmento.

Não se trata de mera cópia, mas da incorporação de modelos que serão posteriormente transformados em novas ideias. Trata-se, portanto, de um processo contínuo de investigação e de aprendizado externo, o qual é capaz de fornecer variáveis para melhorar qualquer negócio. Inclusive seu bar, lanchonete, restaurante e até food truck.

Por que devo aplicar essa técnica?

Como fazer benchmarking de excelência se você não sabe sequer por que fazê-lo?

Coloque-se na seguinte situação: você tem um restaurante italiano, mas tem observado queda no número de clientes, ao mesmo tempo em que percebe elevação na quantidade de reclamações em suas redes sociais, principalmente de que o tempo de espera no estabelecimento  é muito alto.

Poucas semanas depois, descobre também que um restaurante famoso, localizado em um bairro nobre da cidade, aumentou seu faturamento ao implementar mudanças como troca do papel/caneta do garçom por um tablet fixado em cada mesa, por meio do qual as escolhas feitas em um menu interativo já aparecem automaticamente no monitor da cozinha industrial (inclusive na ordem dos pedidos).

Que tal buscar entender a solução para bares e restaurantes utilizada nesse local? Qual é o custo desse investimento? E seu retorno?

De início, já dá para deduzir que houve queda na folha de pagamento (menor quantidade de garçons), além de derrubada significativa no tempo de espera pelos pratos. Esse estudo de viabilidade voltado para a dinâmica de seu restaurante é benchmarking. Sem ele, tem-se isolamento, alienação mercadológica e, por consequência, perda de clientes. Sem saber a razão.

Mas como fazer benchmarking?

Existem vários tipos de benchmarking. Para citar dois exemplos, há o benchmarking interno, que analisa as melhores práticas adotadas entre departamentos, e o benchmarking de cooperação, que é quando empresas — em geral, de setores diferentes, mas relacionados — firmam parcerias para criar métodos comuns, visando à expansão de negócio.

Já o que estamos tratando aqui é o benchmarking competitivo, a análise do procedimento concorrencial por sua própria iniciativa. O grande desafio de um benchmarking competitivo é que as empresas não costumam revelar seus segredos. Mesmo assim, há um passo a passo para fazer esse mapeamento.

1. Escolha concorrentes estratégicos para benchmarking

Você vai trabalhar por amostragem. É consenso na área de estatística de que é desnecessário trabalhar com a totalidade dos dados para conseguir respostas. Um determinado campo amostral é capaz de trazer os esclarecimentos que você precisa, desde que, é claro, você saiba onde colher esses dados. Não perca tempo com quem tem pouco a fornecer. Vá direto aos “tubarões” do seu setor.

Se você é gestor de lanchonete, restaurante  ou food truck, faça uma pesquisa detalhada, na internet, em redes sociais e em revistas especializadas, sobre quem comanda seu segmento. Podem ser 10, 15, 20 concorrentes, a depender do tamanho do setor. O que importa é ter os campeões em seu radar, já que isso é fundamental na hora de entender como fazer benchmarking.

2. Defina o que será analisado

Uma vez que você tenha os melhores players do setor, é o momento de saber o que será medido. Você deve analisar atendimento, qualidade dos pratos, técnicas de formação de preços, tecnologia nas operações administrativas, modernidade dos equipamentos etc.

Se, por exemplo, você descobre que seu concorrente utiliza um forno combinado  para trabalhar diversos tipos de cocção em uma única câmara, e você perde tempo com fila de vegetais esperando para serem preparados, é preciso se modernizar para não perder clientes.

3. Obtenha os dados

Informe-se sobre os dados de performance dos equipamentos e métodos utilizados em sua concorrência. Você sabia, por exemplo, que um ultracongelador  permite que um alimento ainda quente tenha sua temperatura reduzida (no núcleo) a -18°C em menos de 1 hora? Em comparação, no freezer, esse mesmo alimento pode demorar 24 horas para chegar a essa mesma temperatura.

A lentidão no processo de congelamento faz com que líquidos e vapores de água, presentes no alimento, convertam-se em cristais de gelo, alterando a estrutura molecular do produto e, portanto, seu sabor e textura. Além disso, o congelamento lento é facilidade para proliferação bacteriana.

Ou seja, o segredo do benchmarking passa por não se apegar apenas aos fatos, mas aos porquês. Por que aquele concorrente investiu em um ultracongelador?

4. Estabeleça metas no benchmarking

Se você já sabe o que faz dos seus concorrentes campeões e por que eles utilizam cada processo de produção  ou equipamento, é hora de criar um plano de modernização, que inclui, por exemplo, um cronograma de implantação das tecnologias analisadas e metas de desempenho.

Cabe ao gestor estudar possibilidades de troca gradual de equipamentos e elaboração de metas para avaliar as diferenças de desempenho. Se a tecnologia conferir velocidade ao atendimento e melhor qualidade aos pratos, isso precisa ser mensurado.

5. Monitore os resultados

Por fim, você deve acompanhar permanentemente os resultados e compará-los com a performance anterior, sempre pronto a promover os ajustes necessários.

Como você viu, benchmarking para restaurantes é como bússola a navegadores. É o trabalho com indicadores externos essenciais para saber para onde a empresa deve se direcionar e o que deve ser aprimorado.

Por fim, continue aprofundando seus conhecimentos, descobrindo agora sobre o pão congelado e se suas características se mantém e c omo e por que utilizar o ultracongelamento no ramo. Continue a leitura.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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