Sazonalidade dos alimentos: 5 dicas para economizar

Prática • set. 05, 2018

Sem planejamento, 50% dos bares e restaurantes fecham antes dos 2 primeiros anos. Com cerca de 32% de impostos pesando sobre o faturamento de cada prato, dificuldades para elaboração de estratégias modernas de engenharia de cardápio e presença constante no topo dos itens cortados pelos consumidores em momentos de crise, crescer gerindo um estabelecimento do setor gastronômico não é tarefa fácil. Especialmente para quem ainda deixa seu capital escapar por falta de gestão da sazonalidade dos alimentos.

Você, que atua no gerenciamento de um bar, padaria ou restaurante, sabe trabalhar essa flutuação na oferta dos ingredientes? Enquanto um legume como o tomate tem o ápice de sua safra fora dos meses de maio a setembro, frutas como laranja, carambola e kiwi se dão melhor no inverno. Essa movimentação é consequência de uma resposta da natureza às condições climáticas de cada época.

Quem compra insumos na safra incorreta sofre ainda mais para manter uma margem de lucro mínima no final do mês. E se você faz parte dos muitos gestores que não prestam atenção à sazonalidade dos alimentos, fique atento agora às dicas de como usar esse conhecimento para ganhar vantagem competitiva em seu negócio ! Acompanhe!

1. Dialogue com seus fornecedores

Ainda que você não esteja tão atualizado com as melhores safras de cada fruta, verdura e legume, já deve ter percebido a dificuldade de, por exemplo, comprar aspargo no inverno (estação em que esse item não é fornecido com facilidade ou é encontrado no mercado muito acima do seu preço normal).

Esse fenômeno ocorre por força da lei da oferta e da demanda. Como a produção desse insumo cai muito em tal período, a busca por ele se torna muito mais elevada do que sua oferta, ocasionando uma subida brusca nos preços.

Se você já souber com antecipação que isso vai acontecer, pode, no entanto, estocar um volume suficientemente alto de aspargos para dar conta de sua demanda. Mas esse conhecimento da sazonalidade dos alimentos se conquista mediante diálogo com seus fornecedores.

Estude com afinco a melhor safra de cada item e, mais do que isso, peça para que seus fornecedores remetam a você uma lista contendo os períodos de provável escassez de itens sazonais para, a partir dessa informação, elaborar uma planilha que deverá guiar as sugestões de seu cardápio.

2. Abasteça com itens passíveis de acondicionamento

Uma vez que você tenha um diagnóstico completo da produção de cada matéria-prima no mercado, fica mais fácil adaptar sua grade de compra para evitar rupturas de estoque.

Ainda que estejamos tratando de pescados e outros ingredientes passíveis de congelamento, é perfeitamente possível criar uma sistemática de compra mais estratégica, de forma que sejam emitidos pedidos em grande escala de itens sazonais pouco antes da previsão de seu esgotamento.

Entretanto, vale lembrar que, para isso, é necessário dimensionar corretamente seus refrigeradores e também as câmaras frias, a fim de ter conhecimento do máximo de mercadorias que poderão ser estocadas em cada período do ano.

3. Não se prenda à sazonalidade dos alimentos

Muitos gestores de bares, padarias ou restaurantes enxergam sazonalidade dos alimentos somente como algo a ser combatido, na perspectiva limitada de que essa flutuação representa tão-somente o momento do ano em que algum produto estará em falta. Mas essa é apenas a chamada sazonalidade negativa.

Existe também a sazonalidade positiva, ou seja, períodos de abundância de produção de determinada matéria-prima. Essa dinâmica de produção em excesso significa preço final mais baixo ao restaurante e, ao mesmo tempo, a oportunidade valiosa de elaborar pratos mais diversificados e, além disso, a baixo custo.

Dessa forma, aprenda a tirar proveito da sazonalidade dos alimentos desenvolvendo, junto à sua cozinha , pratos que utilizem, em cada período do ano, ingredientes que são ofertados no mercado em abundância. Essa capacidade de inovação fará seu estabelecimento ser conhecido pela criatividade e variedade no menu, além de reduzir os custos fixos e variáveis com insumos.

4. Comunique-se com sua clientela

Seja qual for a estratégia adotada, é imprescindível manter diálogo aberto com seus consumidores, informando-os permanentemente de que a disponibilização de alguns pratos depende fundamentalmente da presença de seus ingredientes junto aos fornecedores.

Um exemplo de equívoco de comunicação e engenharia de cardápio seria construir um menu que dê destaque a um doce caseiro de abacate, ignorando o fato de que essa fruta é encontrada com maior facilidade entre janeiro e maio. Como a casa responderá aos pedidos dos clientes por essa iguaria nos demais meses do ano?

O mesmo raciocínio valeria para uma salada “premium” contendo abacaxi (cuja época de produção abundante se dá entre setembro e dezembro), ou mesmo uma pizza de alho-poró que é apresentada como item essencial no estabelecimento, embora esse ingrediente seja de difícil aquisição nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.

5. Faça substituições de acordo com a sazonalidade dos alimentos

51% da população nacional come fora de casa no dia a dia, seja em lanchonetes, bares ou restaurantes. Com a iminente recuperação econômica e o desenvolvimento de novos hábitos de consumo (principalmente os voltados à alimentação saudável e orgânica ), há potencial para que o setor aumente seu lucro líquido nos próximos anos.

Entretanto, é preciso ter inclinação para o novo, para reinventar seu negócio com criatividade e respeito ao consumidor. Uma das maneiras de alcançar esse patamar é substituir insumos por outros itens que agreguem valor aos seus pratos.

Alho, pimenta, sementes de mostarda e gengibre são exemplos de temperos que gostam do frio típico do inverno. Se esses insumos estão presentes em alguns de seus pratos, você pode substitui-los por outros, como pimentão verde, alecrim e coentro, que podem ser encontrados em ao menos parte do verão.

Você percebeu, neste post, que se atentar aos alimentos da época é muito mais do que zelo. É uma questão de gestão de custos e respeito ao consumidor.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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