Modeladora: confira como utilizar e cuidar desse equipamento

Prática • mar. 14, 2022

Quem vê o formato bonito do pãozinho na padaria, enroladinho como um caracol na sua lateral, pode até imaginar que cada um deles foi à mão. Mas, na verdade, esse trabalho foi feito pela modeladora.

Ela é um equipamento indispensável na padaria e dá agilidade, padronização e belo acabamento aos diversos tamanhos de pães. De bisnaguinhas até os de forma, todos passam por ela e, como toda ferramenta, ela exige cuidados para ter seu desempenho e durabilidade garantidos por anos.

Dessa forma, preparamos uma postagem especial para quem não conhece e para quem já está no ramo para manter seus conhecimentos em dia.

Boa leitura!

Modelagem: parte do processo do pão

Antes de mais nada, precisamos saber em que fase da produção do pão a modelagem atua. Como se sabe, a massa após sair da amassadeira não tem forma. Essa é dada nessa etapa, na qual se decide qual tamanho, peso e formato o pão terá.

Se ele terá forma de bola, a massa é boleada, se terá formato de baguete ou filão, ela será aberta e enrolada. No caso da maioria dos pães brasileiros, a massa é alongada e cada unidade é enrolada com no mínimo 3 voltas e meia.

Quando fazemos isso com pães maiores, é relativamente simples, mas imagine fazer essa operação com milhares de unidades de pães franceses de 65 gramas todo dia. Difícil, não? Pois é, com o intuito de mecanizar essa operação, a modeladora passou a fazer parte da linha de equipamentos indispensáveis para uma padaria.

Como funciona a modeladora?

De uma forma bem simples, ela é composta por dois rolos que fazem a abertura da massa e dois feltros que se movem em direções opostas, fazendo com que a massa enrole. Com uma regulagem, é possível se ajustar o quanto se deseja achatar a massa e a quantidade de voltas que se deseja que a pãozinho tenha.

Em geral, máquinas com 4 rolos conseguem realizar de 2 voltas e meia a 3 e meia, e as com 2 rolos conseguem até 4 voltas e meia, dependendo do modelo e fabricante.

Operação

No momento em que se coloca o pão em sua entrada, logo ele sai do outro lado já no formato ideal. Se o equipamento possui uma reversão, um sistema que permite que os pães retornem pelo mesmo lado, é possível fazer essa operação com apenas uma pessoa. Porém, para ter mais produtividade, o ideal é esse processo tenha dois operadores, um colocando os pedaços da massa saídos da modeladora e outro abastecendo as assadeiras.

Regulagem

Os parâmetros ficam à cargo do panificador e do gosto de seus clientes e não existem valores específicos para todos os tipos de produto, uma vez que as mesmas receitas variam de uma loja para outra.

A qualidade da modelagem é definida pelo profissional técnico em panificação, que avalia o resultado obtido pós-assado do pão e ajusta não só a modelagem como todo o restante da cadeia produtiva para atender especificações.

Como a modeladora é específica para produção de pães alongados, alguns modelos até contam com um sistema de alongador extra na saída, também com manípulos, para produzir baguetes e pães de hot dog.

Exemplificando

Só para exemplificar, na produção de pães congelados (utilizando o ultracongelador) é recomendável um número maior de voltas na modelagem, para dar mais estabilidade ao produto quando esse for descongelado e fermentado posteriormente. Em geral, esse número gira em torno de 4 voltas reguladas no manípulo da máquina. Contudo, é bom consultar o fabricante para ver se o equipamento consegue fazer esse número de voltas.

Como melhorar os resultados com a modeladora

  1. Utilize sempre a massa gelada, em torno de 22°C, para garantir melhor acabamento da modelagem e para tanto, conte com resfriadores de água na sua produção.
  2. Opte por massas com hidratação máxima de 65%. Massas moles tendem a grudar e precisam ser modeladas à mão ou em uma modeladora específica, chamada “bagueteira”.
  3. Tente processar a massa rapidamente, pois no clima mais quente do Brasil, a fermentação é acelerada e a massa acaba ficando pegajosa, o que dificulta a modelagem e resulta em pães com superfície rugosa.
  4. Evite o uso de óleo em excesso e utilize, quando possível, desmoldantes profissionais em pequena quantidade.
  5. Não exagere no uso de farinhas para também não sujar demais a modeladora e, caso a massa contenha grãos, faça a limpeza do feltro com uma escova de cerdas macias.

Limpeza diária da modeladora

  1. Remova a farinha e os sólidos dos feltros, com a ajuda de uma escova de cerdas macias.
  2. Utilize uma espátula de aço inox para remover resíduos de massa do rolo.
  3. Esvazie e lave a bandeja coletora de resíduos.
  4. Limpe o exterior com pano úmido e detergente neutro (sem corantes e sem aromas).

O que considerar ao comprar uma modeladora?

Fique atento à norma NR12

Em primeiro lugar, a segurança! O equipamento deve ter:

  • grades de proteção sobre as partes móveis,
  • chave geral,
  • botões de emergência,
  • botão de rearme,
  • sensores,
  • motores com parada instantânea entre outros itens obrigatórios.

Observe bem e adquira equipamentos de fornecedores confiáveis, com tradição no mercado.

Estrutura

Dê preferência para modelos montados em gabinete reforçado e sobre rodízios, ter mais vida útil e facilitar na movimentação do equipamento.

Bons materiais e acabamento

prefira as com bandejas em aço inoxidável, pintura de qualidade e rolos revestidos em cromo duro, que não riscam nem oxidam.

Sistemas de regulagem

Veja se a regulagem de abertura e compressão dos rolos e feltros é unificada. Isso contribui com a padronização e a operação diária, já que dispensa fazer duas regulagens diferentes.

Troca de feltros

É bom que tenha um sistema que possibilite a troca dos feltros sem ter que desmontar o equipamento por completo.

Escolha as com sistema reversível

com duas bandejas que permitem escolher entre a saída das massas. Seja modeladas do lado oposto ao de entrada (sistema tradicional) ou com as massas saindo pelo mesmo lado em que entraram (sistema reversível).

Modelos com esteiras transportadora maiores nas saídas e entradas

Facilitam a colocação das massas e retirada dos pães modelados, principalmente em produções maiores e contínuas. Esses modelos são ideias para serem acoplados às divisoras volumétricas e esteiras de distribuição.

Alongadores: veja se acompanha plataforma alongadora (removível) para permitir regulagens de compressão e alongamento complementar das massas pós-modeladas. Esses são ideais para baguetes, pães de forma e outras variedades.

Conclusão

Em síntese, viram quanto temos a aprender? Mesmo para quem é do ramo, informações técnicas complementares auxiliam bastante na escolha de equipamentos de qualidade com durabilidade e de manutenção de baixo custo.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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