Ficha técnica de alimentos: veja como montar passo a passo

Prática • jun. 28, 2018

 

A elaboração de uma ficha técnica de alimentos para cada produto do cardápio é importante para manter o equilíbrio dos custos em um restaurante. Trata-se de um sistema que permite ao gestor calcular com exatidão o custo de cada refeição. Essa prática também favorece o controle dos insumos usados em cada receita.

 


A seguir, apresentamos um passo a passo completo para a elaboração da ficha técnica de alimentos do seu estabelecimento. Após colocar isso em prática no seu restaurante, você verá que o processo de gestão do negócio ficará ainda melhor. Aproveite as dicas!

 

O que é uma ficha técnica

A ficha técnica de alimentos é o recurso por meio do qual o proprietário registra todos os alimentos e ingredientes usados em cada uma das receitas preparadas no restaurante. Até mesmo para o drink, sobremesa ou pratos mais simples há uma ficha técnica.

E a ficha técnica de alimentos deve ser utilizada não apenas por proprietários e chefes de grandes restaurantes. Qualquer empreendimento dedicado à comercialização de refeições e produtos alimentícios pode e deve fazer uso desse recurso.

O passo a passo para elaboração

Para começar reúna estes dados:

  • categoria da receita (se é prato principal, entrada, sobremesa, drink etc.);
  • nome da receita (pode-se criar um código numérico para ser usado também no cardápio);
  • foto do prato montado;
  • rendimento (se é um prato individual ou se serve duas pessoas);
  • lista de ingredientes;
  • tempo de preparo;
  • modo de preparo;
  • custo da receita;
  • preço praticado.

Itens que não podem faltar

 

Na hora de elaborar a ficha técnica de alimentos, tenha atenção a outras questões.

 

Na listagem dos ingredientes, lembre-se sempre de identificar todos os produtos necessários. Algumas fichas ficam incompletas, ao contemplar apenas os ingredientes principais. Então, considere também óleo, sal e outros produtos básicos na hora de fazer a descrição do prato. Isso é primordial na hora de fazer o levantamento dos custos da receita.

Incluir o preço de cada ingrediente separadamente também é uma prática acertada para facilitar o cálculo final do prato. Não se esqueça, ainda, de discriminar a unidade de medida (kg, ml etc.) e de detalhar cada quantidade usada, ainda que seja apenas uma pitada.

Receitas padronizadas

O uso de uma ficha técnica de alimentos completa e bem detalhada, com todos os ingredientes especificados com exatidão, garantirá ao seu estabelecimento uma boa padronização dos pratos. Isso resulta em um alto nível de qualidade no resultado final. Preze por isso, pois a clientela agradece!

Tipos de ficha técnica

Basicamente, há 2 tipos de ficha técnica: a operacional e a gerencial. Vamos falar um pouco sobre cada uma. Acompanhe!

Operacional

Na ficha técnica operacional, a descrição da receita em si é mais detalhada. Deve ser apresentado o passo a passo completo da execução de cada prato. É um recurso muito útil para os funcionários e auxilia bastante no bom funcionamento da cozinha.

Nessa ficha, além dos itens principais — que já foram mencionados anteriormente no texto — é possível incluir os profissionais envolvidos no preparo da receita, os equipamentos necessários e outras recomendações mais específicas para a execução do prato.

Só para exemplificar, se seu prato é preparado no forno combinado e depois vai para um ultracongelador e é finalizado em um Speed Oven , todos os passos nos equipamentos devem constar também e se possível, com fotos para ajudar novos colaboradores.

Gerencial

Na ficha gerencial, o detalhamento está nos preços e nos custos de produção. Essa ficha é mais usada pelo dono e gestor do estabelecimento e pode ser enriquecida com alguns dados, como impostos, encargos administrativos e trabalhistas, preços de diferentes fornecedores etc. Até mesmo o consumo de luz, água e gás deve ser contabilizado.

Quais os maiores erros na elaboração de uma ficha de alimentos?


Elaborar uma ficha de alimentos requer atenção a diversos detalhes para garantir sua precisão e utilidade. Aqui estão alguns dos maiores erros que podem ocorrer na elaboração de uma ficha de alimentos:


Falta de especificidade dos ingredientes

Não fornecer detalhes suficientes sobre os ingredientes específicos utilizados em uma preparação pode levar a estimativas imprecisas dos valores nutricionais.


Ignorar alergias alimentares e restrições dietéticas

Não incluir informações sobre alérgenos comuns ou ingredientes que podem causar reações adversas pode representar um sério risco para algumas pessoas.


Omissão de informações nutricionais importantes

Não fornecer todos os valores nutricionais essenciais, como calorias, proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais, pode comprometer a utilidade da ficha.


Inclusão de dados imprecisos ou incorretos

A precisão dos valores nutricionais é crucial. Incluir informações incorretas pode levar a decisões alimentares inadequadas e comprometer a confiabilidade da ficha.


Não considerar variações na preparação dos alimentos

A forma como os alimentos são preparados pode afetar significativamente seu perfil nutricional. Por exemplo, fritar um alimento adiciona mais gordura em comparação com cozinhá-lo no vapor.


Não atualizar as informações

Os alimentos e suas propriedades nutricionais podem variar ao longo do tempo devido a mudanças na produção, processamento e até mesmo nas recomendações dietéticas. Portanto, é importante manter as informações atualizadas.


Não indicar as porções

As informações nutricionais devem estar associadas a tamanhos de porção específicos para que os usuários possam entender e aplicar esses valores de maneira adequada.


Não fornecer fontes confiáveis

As informações nutricionais devem ser baseadas em fontes confiáveis, como bancos de dados nutricionais reconhecidos ou análises laboratoriais.


Para evitar esses erros, é importante contar com profissionais nutricionistas qualificados na elaboração das fichas de alimentos e realizar verificações regulares para garantir sua precisão e relevância contínuas.

Como a tecnologia pode ajudar

Você deve estar se perguntando onde anotar essas informações da ficha para manter todas as orientações organizadas e acessíveis. Em um caderno? Talvez. Mas e se ele molhar ou sujar na correria do dia a dia da cozinha?

A melhor saída é aproveitar os práticos recursos digitais. Atualmente, já estão disponíveis no mercado boas opções de softwares e aplicativos para elaboração da ficha técnica de alimentos e controle de custos.

Por meio desses programas, é possível fazer uma precificação detalhada dos pratos. Além disso, eles garantem não somente a precisão, como também agilidade e praticidade para o dia a dia corrido e tumultuado de um restaurante.

Esses recursos também favorecem o controle de pedidos feitos no restaurante ao longo da semana e auxiliam muito no controle do estoque, evitando desperdícios e garantindo que nenhum ingrediente falte na hora que seus profissionais mais precisam. Dessa forma, o gestor consegue organizar a rotina do estabelecimento e até mesmo investir em promoções. A partir daí, fica mais fácil vislumbrar estratégias de crescimento e expansão.

Um detalhe: mesmo usando programas digitais, não se esqueça de fazer a impressão das fichas. Assim, os profissionais da cozinha podem consultar as informações para seguir o que é recomendado em cada receita e sempre que sentirem necessidade. Deixe as fichas sempre ao alcance das mãos — melhor ainda se forem plastificadas!

Outra dica é designar apenas uma pessoa para atualizar as fichas no sistema. Se muitas pessoas fizerem alterações no arquivo, pode ocorrer algum erro capaz de prejudicar o andamento perfeito de vários processos do restaurante.

As vantagens de utilizar a ficha técnica de alimentos

Por exemplo, de repente você percebe que, nas últimas semanas, o extrato de tomate está sendo utilizado em maiores quantidades. Como saber se esse aumento se refere ao molho ao sugo ou à lasanha? Ou será que está havendo desperdício?

Perguntas dessa natureza só podem ser respondidas com o auxílio de uma ficha técnica de alimentos completa e bem detalhada. Ela permite que o gestor realize um balanço fiel do dia a dia da empresa. Por isso, a elaboração dessa ferramenta é o primeiro passo para garantir um gerenciamento eficiente e lucrativo para o negócio.

Lembre-se de que a ficha técnica otimiza o controle de insumos, auxilia na elaboração de um cardápio viável e é fundamental para fazer a precificação correta do serviço.

Por fim, se deseja aprofundar seus conhecimentos veja mais sobre o forno combinado e suas funções e o uso do ultracongelamento na gastronomia. Continue a leitura.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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