Sous vide e cocção em baixa temperatura: entenda as diferenças

Prática • mar. 03, 2023

Desde os nossos antepassados, preparar alimentos já passou por diversas técnicas. Nossas avós cozinhavam no fogão a lenha. Muito antes delas, a conservação de alimentos se dava pela secagem na luz solar e o cozimento através do fogo.

No século XXI, muitas técnicas são utilizadas para preparar alimentos, seja em casa ou em restaurantes. Uma técnica já existente no mercado há algum tempo, que tem sido muito falada, requer que as preparações sejam feitas em baixas temperaturas, a exemplo do sous vide.

Neste artigo vamos explicar sobre as diferenças entre sous vide e cocção em baixa temperatura, além de mostrar as vantagens e em cada uma delas e as razões para aderir à técnica.

Entenda sobre a cocção em baixa temperatura 

A cozinha de baixa temperatura vem como uma solução para dar uma textura melhor, preservar os nutrientes, o sabor e a umidade, garantindo alimentos mais nutritivos e ricos.

Isto se dá porque em baixas temperaturas há uma desnaturação das proteínas e constituintes do alimento, tornando-os mais tenros. O fator tempo também influencia porque as substâncias presentes em cada ingrediente se integram as dos demais, criando sabores complexos.

Esse tipo de técnica é muito utilizada, por exemplo, no preparo de carnes, principalmente aquelas com pouco colágeno, como capa de filé, acém, paleta e peito, mas também pode ser aplicada a todas as demais, com excelentes resultados. Isso porque, a técnica garante melhor sabor e textura aos alimentos e permite um melhor aproveitamento dos nutrientes.

Como funciona a cocção em baixa temperatura?

Existem diversas técnicas de cocção em baixa temperatura. No geral, você pode cozinhar de duas maneiras:

  • sous vide: com bolsas a vácuo, elas favorecem a segurança alimentar e reduzem o encolhimento;
  • sem bolsas a vácuo : possibilita o controle do grau de umidade para que os alimentos não sequem ou reduzam muito.

Entre as técnicas utilizadas sem bolsas a vácuo, está o fogo brando , na qual o líquido utilizado para a cocção do alimento é mantido em uma temperatura sem que atinja o ponto de fervura. Dessa forma, é possível controlar o ponto desejado: al dente ou bem macio, por exemplo.

Além disso, tem também o banho-maria que utiliza o vapor d’água para a cocção, de modo que o alimento é cozido de maneira indireta. Ao cozinhar em banho-maria, é possível obter um preparo mais uniforme, o que contribui para o aspecto final e, assim como na opção anterior, os nutrientes são preservados. 

Outras técnicas são o guisado e o braseado,e o sous vide , que é o que veremos a seguir.

O que é o sous vide?

O sous vide , pronuncia-se suvíd , é um termo de origem francesa que significa “sob vácuo”. Como o próprio nome diz, é um método para cozinhar alimentos a vácuo, sem a interferência do fogo e em baixas temperaturas, por períodos prolongados.

Essa técnica foi criada como um serviço de refeições em trens-bala, por não precisar da utilização do gás no preparo dos alimentos. Nos dias atuais, a técnica é a base da gastronomia molecular e pode ser utilizado em qualquer restaurante e não somente nos luxuosos.

No tópico anterior, falamos sobre os métodos de cozimento de alimentos preparados sem o auxílio do fogo direto e, nesta forma de cocção, contamos com uma elaboração  mais tecnológica.

Nos métodos tradicionais de cocção, os alimentos perdem as vitaminas e sabores naturais através da água e do ar. Dessa forma, o sous vide vem para manter a umidade, o sabor e as características nutricionais dos produtos, até o momento do consumo.

No entanto, para que a tecnologia funcione da forma correta, também é necessário utilizar embalagens específicas, que sejam resistentes à temperatura. Para isso, elas passam por um processo de pasteurização e esterilização para garantir a qualidade, o sabor, o aroma e a cor dos alimentos.

Como funciona o sous-vide?

Trata-se de uma técnica aliada aos processos chamados APS ou PPS (Alimento ou Produto Pronto para Servir). Em um mundo cada vez mais tecnológico e otimizado, buscar técnicas que contribuam para otimizar o tempo, aumentar a produtividade e nos ajudar a economizar se tornou a regra.

Nesta técnica, você cozinha os alimentos por igual, desde o interior até as extremidades, através de um controle exato das variáveis principais que são a temperatura e o tempo para cozimento dos alimentos.

Na prática, o alimento permanece em banho-maria por um grande intervalo de tempo e sob temperaturas mais baixas que o normal, que variam entre 50 ºC a 80 ºC, de acordo com o tipo de produto. Esse controle de temperatura é medido pelo termocirculador eletrônico, um equipamento próprio para tal.

Depois da conclusão do processo, você pode armazenas as embalagens a vácuo com o alimento mediante refrigeração, até o uso.

Nem sempre o produto sai com uma boa aparência, por isso recomendamos que você finalize as refeições no forno, na chapa, na panela ou na frigideira. Essas finalizações vão ajudar na textura e crocância dos alimentos. Outros porém, como peixes e por exemplo, um bacalhau, dispensam esta fase.

Posso preparar qualquer alimento?

Com a técnica sous vide, normalmente preparamos carnes, peixes e vegetais. Sabe aquela carne suculenta com cozimento uniforme de churrascaria? Então, com essa técnica, ela fica dessa forma e os vegetais ficam com uma textura mais firme e crocante.

Na verdade, a técnica é bem interessante, pois permite que os alimentos cozinhem por igual. Assim, você não terá mais problemas com carnes secas por fora e cruas por dentro. Afinal, não há quem resista a uma carne suculenta.

Quais são as vantagens do método?

Como visto, o sous vide é um método de cocção em baixa temperatura e existem outros tipos de cocção em baixa temperatura, mas o método é tão incrível, que vale a pena um tópico apenas com suas vantagens.

Também vale a pena falar que, devido ao tempo em que os alimentos ficam em fase de preparo, o tempero tem mais tempo para interagir com o produto. Não há paladar que resista a um alimento bem cozido e bem temperado.

Precisamos dizer ainda que o processo pasteuriza os alimentos e elimina todas as bactérias. Além disso, você também reduz a manipulação direta. 

E agora que você já entendeu sobre a cocção em baixa temperatura e o sous vide, ficou mais fácil saber se é uma boa técnica para aplicar no seu negócio? Confira também a nossa entrevista com o Chef Alain Poletto sobre o assunto.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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