Fermentação natural: 7 dúvidas comuns e respostas

Prática • ago. 06, 2021

A fermentação natural de alimentos tem sido utilizada pela humanidade há milênios e, portanto, não se trata de uma novidade ou de modismo , mas sim um resgate do que era cotidiano no passado, antes da industrialização do fermento.

O pão artesanal feito dessa forma só não é mais antigo que as bebidas feitas com fermentação alcoólica e, até hoje, é uma deliciosa opção para acompanhar cafés da manhã e da tarde, além e outras ocasiões especiais que demandam por produtos bonitos e saborosos.

Seja pelo nome de levain , massa madre, lievito madre ou sourdough , o fermento natural é um ingrediente indispensável para se produzir esse tipo de pão e pode ser feito e cuidado de forma fácil, sem muitas complicações.

Por isso, vamos listar abaixo as principais dúvidas relacionadas à fermentação natural, para que você também faça no seu negócio e encante seus clientes.

1. Para começar, o que é fermentação natural?

Esse é o nome dado ao processo de digestão de açúcares, realizado por leveduras e bactérias, a partir de uma fonte de alimento, que no caso do pão é a farinha.

Elas consomem os amidos e eliminam:

  • gás carbônico , que faz o pão crescer, ter volume e os famosos alvéolos;
  • álcool, que confere um aroma especial;
  • ácidos acético e lácteo , que dão a acidez;
  • E outros componentes químicos complexos , que dão a esses tipos de pães suas características únicas de aparência e textura.

Isso acontece porque esses micro-organismos estão no próprio ambiente e nos ingredientes e são eles que farão todo o trabalho, cabendo a nós somente oferecer condições adequadas para seu desenvolvimento. Não se trata de um tipo único de micro-organismos, eles variam conforme suas fontes e local, o que pode influenciar nos resultados.

2. Qual é a diferença do fermento biológico para o natural?

O biológico, diferente do natural, trata-se de um único micro-organismo: a levedura Saccharomyces cerevisiae , que é isolada e cultivada em escala industrial, podendo ser comercializada em forma de blocos ou seca; essa levedura é caracterizada por sua capacidade de gaseificação, que dá volume ao pão.

Já o fermento natural, por ser composto por diversos micro-organismos, não só produz gás carbônico, mas também outros componentes interessantes para dar textura, cor, sabor e aroma.

3. Como fazer o fermento natural?

Diferente do fermento biológico, ainda não existe uma loja que venda fermento natural, portanto temos que fazer. Não há receita definitiva, mas o princípio é básico: farinha e água.

Acrescente 50% de farinha (pode ser integral) e 60% de água em uma vasilha e mexa até formar uma pasta. Tampe e deixe em temperatura ambiente até que essa pasta crie bolhas de ar, aumente de tamanho e tenha cheiro levemente ácido e alcoólico.

Para acelerar esse processo , utiliza-se uma fonte de açúcar para ajudar os micro-organismos a se desenvolverem, como o caldo de cana, mas não é obrigatório. É importante destacar também que o fato de utilizar uma determinada fonte de açúcar não deixará seu pão com o sabor do que você usou, pois essa fonte é apenas um estímulo inicial. A alimentação será feita somente com farinha e água.

4. Como alimentar o fermento natural?

Retire parte da massa fermentada e descarte-a ou utilize-a na produção. Após isso, repita esse processo novamente até que o fermento cresça e acrescente mais 50% de farinha e 60% de água sobre o restante, deixando fermentar novamente.

Fique atento ao tamanho do recipiente utilizado para manter o fermento e ocupe apenas 1/3 dele, pois o fermento aumenta e pode transbordar. Quando pronto, o fermento deve estar com muitas bolhas e um cheiro suave, o que indica que ele está ativo. Caso o cheiro esteja desagradável, é indicado descartar e começar novamente.

O nível de acidez deve ser controlado e escolhido baseado na aplicação que o fermento terá. Por exemplo, para pães italianos, é ideal que ele esteja mais ácido, já para baguetes francesas, ele precisa ser mais aromático. Para controlar a acidez, basta se atentar ao tempo de crescimento, quanto maior o intervalo entre uma alimentação e outra, mais ácido o fermento fica.

Isso, em geral, é feito diariamente e é bom não esquecer de alimentar o fermento, pois ele pode ficar muito ácido e perder a capacidade de fazer o pão crescer.

5. Como fazer fermentação natural?

Nada muda no processo tradicional de produção de pães, com exceção da substituição ou complementação das receitas com fermento natural ativo. Em geral, utiliza-se entre 30 a 40% dele em relação ao peso da farinha.

Contudo, quem trabalha todos os dias literalmente com a mão na massa observa que o pão de fermentação natural tende a ficar um pouco denso e ter um “menor salto” dentro do forno. No Brasil, alguns chefs que popularizaram essa técnica, como o mestre Rogério Shimura , aconselham adicionar de 0,3% a 0,5% de fermento biológico para ajudar no resultado dos pães, sem prejudicar suas características.

Esses pães costumam ter fermentação longa com umidade à frio, ou seja, levam de 6 a 12 horas para estarem no ponto perfeito para o forneio.

O fermento natural pode ser utilizado também em pizzas, adicionando uma pequena porcentagem junto com fermento biológico, o que deixará a massa com sabor e aroma diferenciados.

6. Quais são as características de um pão com fermento natural?

O que os tornam tão especiais é o fato deles serem completamente diferentes dos pães tradicionais. Em geral eles têm:

  1. Uma casca mais espessa e crocante;
  2. Coloração mais dourada e intensa;
  3. Miolo com alvéolos grandes, com exceção no italiano, que é mais compacto devido à baixa hidratação da massa e à alta acidez;
  4. Aromas variados, presentes a depender da receita;
  5. Sabor intenso e delicioso.

Além do mais, o que é melhor: sem nenhum ingrediente mágico, apenas água, farinha e, claro, processo! Caso queira aprender mais sobre os padrões de qualidade desses, temos uma postagem especial sobre isso.

7. Quais os equipamentos básicos para a produção de pães de fermentação natural?

A amassadeira espiral profissional é um item que gera praticidade e produtividade, já que automatiza o processo e consegue realizá-lo de forma mais eficiente. Ela também garante uma maior hidratação da farinha, com mais rendimento.

As Câmaras de fermentação controlada são essenciais para o controle preciso de temperatura e umidade durante o crescimento, porque influenciam diretamente na qualidade dos pães e permitem ao profissional decidir quando ele quer ter seus pães, sem depender do clima.

Finalmente, quanto aos fornos, sejam lastros ou turbos , é importante avaliar na aquisição. Uma dica legal utilizar os Fornos Vitrine, ou seja, fornos com vidro na porta, que podem ser posicionados no balcão da loja para assar pães na frente do cliente.

Gostou dessas dicas? Caso queira aprender mais sobre fermentação natural baixe nosso E-book e acompanhe nosso Blog!

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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