A Carne de Onça é muito mais do que um prato típico de Curitiba, originado pelos imigrantes europeus, especialmente da colônia alemã e polonesa. Ao longo do tempo, transformou-se em um verdadeiro ícone da cidade e um patrimônio cultural.
Tradicionalmente servida nos bares e botecos locais, essa iguaria simples, mas de sabor marcante, carrega uma história curiosa que reflete toda sua autenticidade.
Um prato democrático, ideal para compartilhar, especialmente quando acompanhado de uma boa cerveja e uma partida de futebol. Apesar do nome intrigante, que remete ao felino, ela é preparada com carne bovina crua, temperada com cebola e especiarias.
A origem do nome, provavelmente, vem do "bafo de onça" causado pelo sabor forte dos temperos, mas sua história tem ainda outro capítulo curioso.
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O prato é tradicionalmente servido em porções generosas sobre fatias de broa de centeio, com carne moída de patinho temperada com sal, pimenta-do-reino e azeite de oliva.
A cebola branca picada e a cebolinha verde dão ao preparo um sabor marcante e característico. Alguns bares inovam ao incluir temperos adicionais, como noz-moscada e alho, enriquecendo ainda mais a receita. Geralmente, o prato é acompanhado por fatias de pão preto ou centeio, limão e mostarda escura, complementando sua intensidade de sabor.
Embora tenha semelhança com pratos internacionais como o steak tartare francês e o hackepeter alemão, a Carne de Onça se destaca por sua identidade própria. Seu tempero é mais robusto, com o uso generoso de cebola crua, que confere ao prato seu sabor único e inconfundível.
A origem da Carne de Onça remonta aos anos 1940 e está diretamente ligada ao mundo do futebol local. Cristiano Schmidt, técnico e proprietário do time Britânia, um dos mais tradicionais do Paraná, era também dono de um bar no bairro Marechal Deodoro, o Buraco do Tatu. Para celebrar as vitórias de sua equipe, Schmidt oferecia aos jogadores um prato simples: carne crua temperada, servida sobre fatias de broa de centeio com cebola picada.
A história do nome curioso vem de uma reclamação de um dos jogadores, o goleiro Duia, que, insatisfeito por não receber uma compensação financeira pela sua atuação em campo, disse: "Essa carne, nem onça come!" E assim, o prato ganhou o nome que o tornaria famoso.
A Carne de Onça foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial de Curitiba em setembro de 2016, por meio da Lei Municipal 14.928/2016. Posteriormente, a Lei 16.411/2024 oficializou o Festival de Carne de Onça como um evento anual a ser realizado durante três semanas no mês de setembro. A promoção do festival é viabilizada por parcerias entre empresas, associações e entidades colaboradoras sem fins lucrativos.
O Festival de Carne de Onça, é um dos principais eventos da cidade. Em sua 8ª edição, realizada em 2024, contou com a participação de mais de 40 estabelecimentos, que ofereceram porções do prato a preços acessíveis.
A primeira edição do festival ocorreu em 2014, quando bares e restaurantes da capital, além de alguns da Região Metropolitana, se uniram para destacar o prato e reforçar sua presença nos cardápios regionais.
O festival tem sido essencial para a popularização da receita, que hoje está presente em mais de 200 bares da cidade. Além de fomentar a economia local, o evento também desempenha um papel importante na preservação e valorização desse prato.
Agora, a Carne de Onça busca reconhecimento em nível nacional. A Associação dos Amigos da Onça, junto com o Sebrae, trabalha para obter a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). Esse selo ajudará a consolidar o prato e valorizá-lo ainda mais no cenário nacional e internacional.
Modo de Preparo
A Carne de Onça é, sem dúvida, um prato que carrega em sua receita e história a verdadeira essência de Curitiba. De um simples petisco servido em comemorações de vitórias de futebol, ela se transformou em um símbolo da cultura gastronômica da cidade, conquistando seu reconhecimento como Patrimônio Cultural Imaterial.
Com o crescente sucesso e a busca pela certificação de Indicação Geográfica, ele não só valoriza a tradição local, mas também coloca a cidade no cenário gastronômico nacional e internacional.
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