Farinha de grão-de-bico: aplicações e vantagens no foodservice

Prática • 17 de setembro de 2025

A busca por alimentos mais saudáveis, nutritivos e inclusivos tem impulsionado o uso de ingredientes alternativos na panificação, confeitaria e no foodservice em geral.


Nesse cenário, esta farinha vem conquistando espaço como um insumo versátil, rico em nutrientes e livre de glúten, oferecendo tanto novas possibilidades de criação quanto diferenciação no cardápio de padarias, confeitarias e restaurantes.


Respondemos às principais dúvidas sobre o tema e mostra como empreendedores podem se beneficiar ao incluir esse ingrediente no mix de produtos.


O que é a farinha de grão-de-bico?


Ela é produzida a partir da moagem dos grãos secos dessa leguminosa, amplamente cultivada em países como Índia, Turquia e regiões do Mediterrâneo.


Sua textura fina e sabor levemente adocicado, com notas de nozes, tornam-na adequada para diferentes preparações, desde pães e bolos até pratos salgados, como panquecas e tortas.


No Brasil, embora o grão-de-bico ainda não seja tão popular quanto o feijão, seu consumo cresce anualmente, principalmente pela procura de opções ricas em proteína vegetal e livres de glúten.


Para negócios de alimentação, isso representa uma oportunidade de atender a públicos específicos — como celíacos, vegetarianos e veganos — além de consumidores que buscam alimentos mais saudáveis.


Para que serve o grão-de-bico em pó (farinha de grão-de-bico)?


  • Substituição de farinhas tradicionais em receitas de pães, bolos, tortas e panquecas.
  • Base de massas típicas internacionais, como a socca (França), o besan chilla (Índia) ou o falafel (Oriente Médio).
  • Agente espessante em sopas e molhos, funcionando de forma semelhante ao amido.
  • Aglutinante natural em preparações veganas, substituindo o ovo em empanados ou bolos.


Sua aplicação não se limita à panificação: pode ser incorporada em snacks saudáveis, sobremesas e até refeições prontas congeladas, ampliando o alcance de produtos no mercado.


Quais são os benefícios da farinha de grão-de-bico?


Além da versatilidade, o grande diferencial da farinha está no valor nutricional:


  • Livre de glúten: alternativa para clientes celíacos ou que buscam reduzir o consumo dessa proteína.
  • Alta em proteínas vegetais: importante para cardápios que atendem dietas vegetarianas e veganas.
  • Rica em fibras: auxilia no funcionamento intestinal e aumenta a sensação de saciedade.
  • Baixo índice glicêmico: contribui para o controle da glicemia, atraindo consumidores preocupados com diabetes ou dietas de baixo impacto glicêmico.
  • Fonte de minerais como ferro, magnésio e fósforo, além de vitaminas do complexo B.


Para empreendedores, esses benefícios podem ser usados como argumento de venda, agregando valor ao produto final e justificando preços diferenciados.


Quais são os benefícios do grão-de-bico para a saúde?


O grão-de-bico em sua forma integral já é conhecido por seus efeitos positivos:


  • Auxilia mo controle do colesterol e da glicemia quando aliado a uma dieta balanceada.
  • Contribui para a saúde cardiovascular por conter fibras e minerais.
  • Favorece a saciedade, auxiliando no controle de peso.
  • Fornece energia de forma gradual, evitando picos de glicose.
  • É rico em triptofano, aminoácido ligado à produção de serotonina, colaborando para o bem-estar e o combate à ansiedade.


Isso torna o grão-de-bico não apenas uma base para farinha, mas também um ingrediente estratégico em cardápios funcionais e saudáveis.


Farinha de grão-de-bico pode substituir a farinha de trigo?


Sim, a substituição é possível, mas precisa de cuidados:


  • Substituição parcial (20% a 30%): melhora o valor nutricional sem alterar drasticamente a textura da massa.
  • Substituição total: exige ajustes, já que esta farinha não contém glúten. É comum adicionar ingredientes como goma xantana ou psyllium para manter a estrutura e a elasticidade em pães e bolos.


Essa flexibilidade permite que o empreendedor crie versões sem glúten de produtos tradicionais, mantendo uma linha inclusiva e atraente para novos nichos de mercado.


Como usar a farinha de grão-de-bico


Na cozinha profissional, as aplicações são diversas:


  • Panificação: pães artesanais, pães sírios, massas enriquecidas.
  • Confeitaria: bolos sem glúten, cookies, biscoitos nutritivos e doces típicos indianos como o besan ladoo.
  • Preparações salgadas: panquecas, crepes, quiches, omeletes veganos e falafel.
  • Empanados: substitui o ovo ao ser misturada com água, formando uma massa líquida que adere bem a outros ingredientes.
  • Molhos e sopas: como espessante natural, trazendo cremosidade sem necessidade de farinha de trigo.


Exemplo de receita simples: Panqueca de farinha de grão-de-bico


Basta misturar 1 xícara de farinha com 1 xícara de água, temperos e uma colher de azeite. Cozinhar como panqueca em frigideira antiaderente. É uma opção rápida, nutritiva e sem glúten, que pode ser servida sozinha ou recheada.


Como armazenar


Por ser um produto natural, é importante garantir boas práticas de armazenamento:


  • Manter em recipiente hermético, bem fechado.
  • Guardar em local fresco, seco e arejado, longe da luz solar.
  • Para maior durabilidade, pode ser armazenada em geladeira ou freezer.
  • Bem conservada, mantém suas propriedades por até 6 meses.


Em negócios de alimentação, a correta armazenagem evita perdas e mantém a qualidade final do produto.


Oportunidades para empreendedores do ramo de alimentação


O uso desta farinha vai além da nutrição: é uma tendência de mercado. Consumidores buscam cada vez mais produtos saudáveis, sem glúten e com apelo sustentável. Para padarias, confeitarias e restaurantes, isso abre caminhos para:


  • Criação de linhas exclusivas sem glúten.
  • Ampliação do portfólio com opções veganas.
  • Agregação de valor em receitas tradicionais, comunicando os benefícios nutricionais.
  • Diferenciação em relação à concorrência, atraindo novos públicos e fidelizando clientes preocupados com bem-estar.


Conclusão


A farinha de grão-de-bico representa uma oportunidade estratégica para o setor alimentício. Ao mesmo tempo em que agrega benefícios nutricionais, amplia a oferta de produtos inclusivos e atende demandas crescentes por alimentos funcionais.



Para empreendedores, investir nesse ingrediente é alinhar o cardápio às tendências de consumo atuais, fortalecendo a marca e criando possibilidades de rentabilidade.


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