Matéria-prima: cuidados com alto custo e precificação

Prática • mai. 12, 2023

Todos nós apreciamos um produto feito com matéria-prima de qualidade e preparado com primor. No entanto, é importante avaliar com critério até que ponto isso é viável economicamente no médio e longo prazo para o empreendimento.

Mesmo entre os produtos mais comuns do ramo foodservice, alguns itens pesam nos custos e dificultam a precificação. Para ilustrar, uma reportagem da FoodBiz com dados da MosaicLabs revelou que proteínas, farináceos, óleos, gorduras e grãos correspondem a mais de 40% do custo das refeições produzidas nos restaurantes do país.

Por outro lado, insumos dispendiosos exigem cautela extra. Embora agreguem valor e qualidade, eles não resolvem questões de produção e ainda levantam outras problemáticas. Por essa razão, preparamos este texto para ajudá-lo a considerar melhor sua matéria-prima. Confira!

Público

Em primeiro lugar, é preciso ter em mente o seu público e como a formação dos preços de seus produtos pode refletir nele. É interessante notar que mesmo consumidores de classes mais altas podem se assustar com os preços e, em alguns casos, rejeitar um produto, marca ou loja. Isso pode levar a um marketing boca a boca negativo e afastar ainda mais clientes.

Por isso, é importante ter cuidado ao precificar seus produtos para não afugentar os consumidores em vez de atraí-los.

O peso do Câmbio na matéria-prima

Em segundo lugar, analisando o cenário global, é fundamental considerar as variações do dólar e do euro, que impactam todo o mercado, inclusive no preço de matérias-primas internacionais e nacionais igualmente. Além do preço em si, eles também afetam os custos e a disponibilidade de fornecimento. Mesmo com excelentes parceiros, é difícil evitar a necessidade de repassar os custos aos clientes.

Por mais que se ofereçam promoções, condições especiais e se faça um planejamento adequado, é difícil manter o equilíbrio financeiro sem uma gestão eficiente.

Estoque

Em terceiro lugar, é importante considerar que alguns itens alimentícios, especialmente os mais finos, requerem armazenagem especial para que não percam sua validade e propriedades. Isso pode impactar no investimento em espaço, condições adequadas e equipamentos apropriados.

Além disso, é fundamental gerir o estoque de maneira criteriosa. Uma vez que esses itens representam uma parte significativa do orçamento, o sistema de compra deve ser cuidadoso para não comprometer o negócio. É preciso controlar os prazos e as saídas para evitar prejuízos por consumo desregulado, perdas ou desperdícios.

Desperdícios no processo

Outro ponto de atenção é o desperdício de matéria-prima e recursos na operação diária. Independentemente do valor dos insumos , é importante ter cuidado e evitar ao máximo o desperdício. Receitas e processos não padronizados, falta de treinamento, orientações e monitoramento podem contribuir para esse problema.

Cada insumo a mais aumenta o preço final e gera prejuízo para o estabelecimento, além de precisar ser reposto. Por isso, é importante acompanhar diariamente a operação e estudar maneiras de eliminar usos excessivos ou desnecessários.

Equipamentos: rendimento e economia de matéria-prima

Uma matéria-prima só justifica seu custo se conseguirmos obter o melhor dela. Se não conseguimos um bom rendimento, é hora de repensar sua utilização.

Para ilustrar, na panificação, existem farinhas importadas que conseguem absorção de água superior a 90% na produção de pães artesanais. Se usarmos apenas 65%, teremos uma diferença de 25%, o que significa que não estamos aproveitando o máximo da farinha.

Curiosamente, farinhas nacionais conseguem atingir perfeitamente 90% de hidratação ou mais para este tipo de pão, dependendo da receita, com excelente qualidade usando uma amassadeira espiral.

Em restaurantes, o uso de gordura para fritura em fritadeiras tem alto custo, uma vez que a gordura precisa ser filtrada, substituída ou reabastecida regularmente. Por outro lado, com um forno combinado , é possível fazer preparações sem imersão em gordura, o que pode ser mais interessante economicamente.

Conclusão

Em suma, como puderam notar, todos esses fatores da matéria-prima devem ser contabilizados no preço final do produto, pois podem surpreender de forma desagradável seus clientes e levá-los até a perdê-los para concorrentes.

Não repassar esses valores também pode impactar negativamente na lucratividade do empreendimento. Portanto, nunca foi tão importante reavaliar continuamente a matéria-prima e possíveis substituições, a fim de minimizar esse impacto negativo.

Por fim, é fundamental aprender como fazer gestão de compras e dos insumos. Continue a leitura.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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