A pizza de longa fermentação está alinhada à tendência atual na panificação, que valoriza o resgate de técnicas tradicionais para aprimorar a qualidade dos produtos, oferecer diferenciais aos consumidores e garantir vantagens competitivas.
Popular entre os apreciadores de pães com fermentação natural e métodos artesanais, essa técnica também é ideal para a produção de pizzas. No entanto, é fundamental seguir alguns cuidados para obter os melhores resultados.
Além disso, é importante considerar fatores como custos e produtividade, evitando complicar o processo. Confira no artigo as dicas para garantir sucesso nessa produção.
A fermentação longa envolve processos que incluem a preparação de uma "esponja" (como a "biga" ou o "poolish"), pré-fermentações, repousos intermediários da massa, e a fermentação final, que pode durar mais de 6 horas.
Esse método é amplamente utilizado para aprimorar critérios sensoriais, como aparência, aroma, textura e sabor. No universo dos pães rústicos, alguns produtores optam por tempos de fermentação prolongados, chegando a 48 ou até 72 horas, para melhorar características como volume, crosta e formato.
No entanto, é importante lembrar que a pizza, embora seja uma espécie de "pão achatado", tem uma massa tradicionalmente fina e coberta por recheios, o que faz com que algumas dessas características sejam menos perceptíveis.
Na produção de pizzas de longa fermentação, o foco está em realçar o aroma, o sabor, a textura e a coloração da massa, atributos que podem influenciar diretamente a percepção dos consumidores sobre a qualidade do produto.
Utilize farinhas formuladas e balanceadas especialmente para pizzas. Algumas versões são desenvolvidas para longas fermentações. Se optar por farinhas importadas, avalie cuidadosamente os custos envolvidos.
Ao utilizar fermento natural, prepare-o com antecedência e mantenha-o ativo. Guarde-o em um recipiente fechado na geladeira para garantir sua vitalidade.
Quando optar pelo uso exclusivo de fermento natural, adicione de 30% a 40% sobre a quantidade de farinha. Caso o fermento esteja muito ativo, ajuste a dosagem para uma porcentagem menor.
Adicionar de 0,3% a 0,5% de fermento biológico à massa garante um bom crescimento, especialmente em períodos de alta demanda, ajudando a equilibrar a fermentação.
Durante a primeira fermentação, coloque apenas 1/3 da massa na caixa para garantir espaço suficiente para o crescimento, antes da divisão e modelagem da pizza.
Pré-fermentos, como "biga" ou "poolish", são misturas de farinha, água e fermento utilizadas para ativar a fermentação antes do processo de longa fermentação. Se você já utiliza fermento natural ativado, esse passo é desnecessário, pois ele já cumpre essa função.
Realize a primeira fermentação entre 2°C e 5°C, em uma caixa fechada e levemente enfarinhada, por um mínimo de 6 horas.
Alguns profissionais preparam a massa com até 24 horas de antecedência. No entanto, avalie a viabilidade dessa prática, considerando a manipulação e o armazenamento necessários.
Para padronizar a temperatura e a umidade durante a fermentação da pizza de longa fermentação, utilize câmaras de controle. Elas são eficazes tanto na primeira quanto na segunda fermentação (aquela anterior à montagem da pizza).
Após a primeira fermentação, divida a massa no peso desejado e faça o boleamento.
Como a massa já passou por uma fermentação prolongada, a segunda fermentação será mais curta. Assim que as porções crescerem levemente, a massa estará pronta para o uso.
Mantenha a massa armazenada em caixas e vá retirando, dividindo, boleando e realizando a segunda fermentação conforme os pedidos forem entrando. Lembre-se de que, após a fermentação, a massa precisa ser assada imediatamente.
Em momentos de baixa demanda, aproveite a massa oferecendo opções simples, como pizzas de marguerita ou muçarela a preços especiais, ou até esfirras e calzones. Esses produtos também se beneficiam da massa de longa fermentação, garantindo um bom resultado e evitando desperdícios.
Utilizar fornos de qualidade, especialmente projetados para a produção de pizzas, é fundamental para garantir que sua pizza de fermentação longa alcance resultados excepcionais.
Consulte o fabricante sobre a tecnologia de assamento e as especificações construtivas do equipamento. Realize testes para avaliar o desempenho da sua receita, focando na produtividade, principalmente em processos que exigem alta repetibilidade e demanda. Essa abordagem assegurará que suas pizzas sejam assadas uniformemente, com a textura e o sabor ideais.
Realize testes com diferentes ingredientes, processos, tempos e condições de fermentação. Avalie os resultados com base nos padrões que seus clientes esperam, pois são eles que determinam a qualidade do seu produto.
Em conclusão, ao trabalhar com pizza de longa fermentação, é essencial observar alguns cuidados gerais. Primeiramente, é importante evitar a fermentação excessiva, pois isso pode resultar em uma massa que não se desenvolve bem no forno. Além disso, considere o valor percebido pelos clientes, garantindo que eles realmente notem a melhoria na qualidade da massa.
A complexidade do processo também pode comprometer a eficiência da produção e aumentar as chances de erros. Em um mercado de alta demanda por pizzas, é fundamental avaliar se sua operação tem capacidade para atender a esse volume utilizando a fermentação longa, considerando também os custos com ingredientes de alta qualidade e o tempo necessário para manipulação.
Seguindo essas orientações, você estará no caminho certo para oferecer uma pizza de longa fermentação de alta qualidade, maximizando os benefícios dessa técnica.
Se você deseja aprender mais sobre a pizza com fermento natural, confira nosso artigo exclusivo.
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