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Qualidade percebida versus oferecida: impactos na precificação

Prática • set. 19, 2024

A precificação no setor da alimentação é um fator crucial para o sucesso de qualquer negócio. Preços elevados, quando não acompanhados de uma clara percepção de qualidade e entrega real de valor, podem gerar insatisfações e reclamações por parte dos clientes.


Essa desconexão muitas vezes surge da falta de informações adequadas ou expectativas mal definidas, prejudicando a experiência do consumidor e, em última instância, as vendas.


Quer saber como alinhar seus preços com a qualidade oferecida e conquistar a confiança dos clientes? Continue a leitura e descubra dicas essenciais para precificar corretamente seus produtos!


Qualidade Percebida


A qualidade percebida refere-se à avaliação subjetiva que os clientes fazem sobre o produto, baseada em suas expectativas e impressões. Essa percepção é influenciada por diversos fatores, como:


  • Apresentação visual: A aparência do produto é um dos primeiros elementos que impactam a percepção do consumidor. No caso de um bolo artesanal, por exemplo, a decoração, textura e frescor são fatores que podem elevar a percepção de qualidade.
  • Marca e reputação: A confiança no nome de um restaurante, confeitaria ou fornecedor também afeta a forma como o cliente vê o produto. Se a marca é conhecida por utilizar ingredientes premium, os clientes naturalmente perceberão um nível maior de qualidade.
  • Experiência anterior: A satisfação com produtos anteriores ou experiências em outros estabelecimentos também molda as expectativas futuras. Clientes que já experimentaram produtos de alta qualidade terão expectativas elevadas em relação a lançamentos.
  • Preço: Produtos com preços mais altos costumam ser percebidos como de maior qualidade, mas é preciso que a entrega justifique essa percepção.


Qualidade Oferecida


A qualidade oferecida, por outro lado, está relacionada às características objetivas e mensuráveis do produto, ou seja, o que efetivamente é entregue ao cliente. Isso inclui:


  • Ingredientes: A escolha de ingredientes frescos, naturais ou gourmet impacta diretamente a qualidade oferecida. Um prato feito com matéria-prima de baixa qualidade dificilmente proporcionará uma boa experiência de consumo, independentemente do esforço na apresentação.
  • Processos de produção: O cuidado no preparo e a padronização dos processos são indispensáveis. Um doce que é sempre feito com o mesmo nível de atenção à receita e à técnica oferecerá uma qualidade consistente.
  • Segurança dos alimentos: Seguir normas de higiene e segurança alimentar é parte essencial da qualidade oferecida. Produtos que garantem frescor e preservação adequada são indispensáveis para o setor.
  • Entrega da experiência prometida: Se um restaurante gourmet promete uma sobremesa sofisticada e artesanal, a qualidade oferecida precisa corresponder a essa expectativa com sabores autênticos e uma apresentação compatível.


Relação entre Qualidade Percebida e Qualidade Oferecida


Para garantir o sucesso, a qualidade oferecida deve, no mínimo, atender à qualidade percebida. Quando a entrega excede as expectativas, a experiência do cliente é positiva e pode gerar fidelização.


No entanto, se a qualidade percebida não for atendida pela qualidade oferecida, há uma quebra de confiança, resultando em insatisfação e perda de credibilidade.


Portanto, é essencial trabalhar tanto nos aspectos objetivos quanto subjetivos, assegurando que o produto entregue não apenas atenda aos padrões técnicos de qualidade, mas também surpreenda e cative o cliente pela forma como é percebido.


E quando a qualidade não é percebida?


Desalinhamento de Expectativas


Se os clientes não compreendem o que justifica o preço elevado, eles tendem a compará-lo com outras opções disponíveis no mercado. Por exemplo, se uma sobremesa artesanal custa significativamente mais do que versões similares, mas o consumidor não enxerga diferenças claras na qualidade dos ingredientes, no processo de preparo ou na exclusividade do produto, o preço parecerá injustificado. Isso cria um desalinhamento entre o que o cliente espera (baseado no valor pago) e o que recebe.


Falta de Comunicação de Valor


Quando a qualidade não é bem comunicada, o cliente pode não entender os fatores que agregam valor ao produto. Isso inclui aspectos como:


  • Ingredientes premium ou orgânicos: Se não houver uma explicação clara sobre o uso de ingredientes superiores, o consumidor pode não perceber que esses elementos agregam ao produto.
  • Processo artesanal ou especializado: Produtos feitos manualmente, com técnicas complexas ou receitas tradicionais, têm um valor agregado que precisa ser evidenciado. Se isso não for feito, a percepção de qualidade é reduzida.
  • Exclusividade e branding: Um produto com uma marca de prestígio ou edição limitada precisa ter essas características comunicadas para que o cliente perceba a justificação do preço.


Risco de Frustração


Quando os clientes pagam caro por um produto, eles naturalmente esperam uma experiência superior. Se a qualidade oferecida (objetiva) não corresponder ao preço ou às expectativas criadas, isso pode gerar frustração. Por exemplo, um prato com ingredientes comuns, apresentado de maneira simples, pode não entregar o luxo ou o refinamento que o preço elevado sugere. Nesse caso, o cliente sente que pagou mais do que o produto vale.


Concorrência mais atraente


Preços altos sem uma clara diferenciação podem levar o cliente a buscar alternativas mais acessíveis. Se a percepção de qualidade não é superior e a entrega não surpreende, produtos similares, com preços menores, tornam-se mais atraentes. Isso pode prejudicar a competitividade do produto e levar à perda de mercado para concorrentes que oferecem uma experiência de valor mais alinhada.


Quebra de Confiança na Marca


A confiança do cliente está diretamente ligada à correspondência entre preço e qualidade. Se os clientes sentem que estão pagando muito por algo que não oferece um diferencial claro, isso pode afetar a reputação da marca a longo prazo. Produtos que parecem superfaturados podem levar os clientes a questionarem a integridade da empresa, o que impacta a fidelidade e a satisfação.


Soluções para clarificar a qualidade


  • Transparência: Detalhar a origem dos ingredientes, o processo de produção e o cuidado na preparação pode ajudar a justificar o valor cobrado.
  • Apresentação e Embalagem: Investir na apresentação do produto, tanto visual quanto na embalagem, pode elevar a percepção de qualidade.
  • Comunicação Eficaz: Usar descrições claras no cardápio, nas redes sociais ou nos materiais promocionais para explicar o que torna o produto único e valioso.
  • Degustações ou Amostras: Oferecer a oportunidade de experimentar o produto pode permitir que o cliente perceba a qualidade antes de pagar o preço elevado.


Cuidados ao precificar produtos no foodservice


  1. Conheça os custos reais de produção: Inclua matéria-prima, embalagens, mão de obra, energia e tempo investido. Isso garante que você não subestime os gastos.
  2. Considere a exclusividade: Produtos artesanais têm um valor agregado por sua exclusividade. Destaque esse diferencial e posicione seus preços de acordo, mas sem exageros que afastem clientes.
  3. Entenda seu público-alvo: Avalie o poder de compra do seu público e ajuste os preços para que estejam dentro das expectativas e hábitos de consumo deles.
  4. Estude a concorrência: Analise os preços de produtos similares em sua região para encontrar um ponto de equilíbrio entre competitividade e valorização do seu trabalho.
  5. Evite preços desproporcionais: Preços muito baixos podem desvalorizar o produto e transmitir a ideia de baixa qualidade, enquanto preços excessivamente altos afastam clientes. Encontre uma faixa justa.
  6. Ofereça diferentes tamanhos e formatos: Varie nas porções e preços, permitindo que o cliente escolha de acordo com seu orçamento e necessidades.
  7. Crie combos e promoções: Estratégias como pacotes de produtos ou descontos em compras maiores podem atrair clientes sem comprometer o lucro.
  8. Ajuste os preços periodicamente: Revise os preços conforme aumentos de custos ou mudanças no mercado, mas faça isso gradualmente para não chocar os consumidores.
  9. Comunicação de valor: Explique a qualidade dos ingredientes, o processo artesanal e o cuidado no preparo para justificar o preço e engajar o cliente.


Conclusão


Em resumo, quando o preço é elevado, mas a qualidade percebida e qualidade oferecida não são claras, há uma desconexão que pode levar à insatisfação do cliente e perda de vendas.


A comunicação transparente e a entrega de valor real são essenciais para justificar o preço e garantir que a experiência do consumidor esteja em linha com as suas expectativas.


Confira o artigo do nosso presidente André Rezende sobre a precificação e como o equilíbrio é importante. Clique aqui.

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