Aditivos alimentares: o que são, por que e onde usá-los

Prática • nov. 18, 2021

Garantir um alimento com o sabor, a textura e a coloração perfeita nem sempre é uma tarefa simples. Para auxiliar no processo, existem diversos tipos de aditivos alimentares que podem ser utilizados na cozinha profissional. Mas você sabe quais são eles e quando devem ser utilizados?

Neste artigo, explicamos melhor as funções dos aditivos, quais os tipos encontrados, como indicá-los para os consumidores e se eles, de fato, apresentam riscos à saúde. Quer ficar por dentro do assunto? Então continue a leitura e confira.

O que são aditivos alimentares?

Um aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem o propósito de nutrir, mas com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais. Dessa forma, eles impedem alterações, conferem ou intensificam o aroma, cor e sabor dos alimentos.  

Vale destacar que essa definição não inclui os contaminantes ou substâncias nutritivas que são incorporadas para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto. Substâncias que têm o objetivo de elevar o valor nutricional dos alimentos, como minerais e vitaminas, não são classificadas como aditivos.

Os aditivos alimentares podem ser sintéticos ou naturais e são utilizados para melhorar formulações nas indústrias, cozinhas e restaurantes. Eles estão presentes na grande maioria dos produtos que consumimos e são muito mais do que aquelas palavras difíceis que encontramos nas tabelas nutricionais.

Quais os tipos de aditivos alimentares?

Os aditivos alimentares são classificados em 23 grupos:

  • agente de massa: proporciona o aumento de volume e/ou da massa dos alimentos;
  • antiespumante: inibem a formação de espuma na superfície dos líquidos;
  • antiumectante: reduz as características higroscópicas dos alimentos;
  • antioxidante:  retarda o aparecimento de alteração oxidativa no alimento;
  • corante : altera a cor dos alimentos, tornando-os mais atrativos;
  • conservador: impede ou retarda alterações em alimentos causadas por microrganismos ou enzimas;
  • edulcorante: dá sabor doce aos alimentos;
  • espessante: aumenta a viscosidade de um líquido sem alterar suas propriedades;
  • gelificante: espessa e estabiliza os alimentos líquidos, conferindo-lhes sua textura;
  • estabilizante: prolonga as características de sabor, cor e odor do alimento;
  • aromatizante: melhora ou modifica o aroma do alimento;
  • umectante: impede os alimentos de se tornarem ressecados ao perder água para o ambiente;
  • regulador de acidez:  modifica ou mantem o pH dos alimentos;
  • acidulante: acentuam o sabor ácido dos alimentos;
  • emulsionante/emulsificante: aumenta a estabilidade da mistura para que a água e os óleos não se separem;
  • melhorador de farinha: corrige as variações da farinha de trigo;
  • realçador de sabor: melhora o gosto e a apresentação dos alimentos;
  • fermento químico:  dá esponjosidade à massa;
  • glaceante: confere uma aparência brilhante ao alimento;
  • agente de firmeza: mantêm as frutas e hortaliças crocantes por mais tempo;
  • sequestrante: melhora a qualidade e a estabilidade dos alimentos;
  • estabilizante de cor: prolonga as características de cor do alimento;
  • espumante: possibilita a formação ou a manutenção de uma dispersão uniforme de uma fase gasosa em um alimento líquido ou sólido.

Aditivos alimentares por grupo

Para facilitar ainda mais o entendimento, vamos separar os tipos de aditivos por grupos, conforme suas funções. Dessa forma, temos, por exemplo:

  • melhoram as propriedades sensoriais: corantes naturais e sintéticos, acidulantes, edulcorantes, aromatizantes e flavorizantes;
  • impedem ou retardam alterações dos alimentos: conservantes, antioxidantes e sequestradores de íons metálicos;
  • melhoram a textura dos alimentos: emulsificantes, umectantes, antiaglomerantes, espessantes e gelificantes.

Podemos classificar os aditivos, também, por sua origem. Assim, temos os aditivos naturais, por exemplo, o corante de urucum e a lecitina de soja, os semi-sintéticos, que são obtidos de substâncias naturais e sintetizados artificialmente e aqueles totalmente sintéticos, que são desenvolvidos em laboratório por processo de síntese.

É importante destacar que os aditivos sintéticos são mais estáveis, padronizados e seguros para utilizar em estabelecimentos.

Por fim, os aditivos podem ser obrigatórios ou facultativos. Os obrigatórios são aqueles que se incorporam ao produto e acabam fazendo parte de sua estrutura. Como exemplos, temos os espessantes, estabilizantes e emulsificantes.

Já os facultativos não influem na estrutura do produto, é o caso, por exemplo, dos corantes e aromatizantes.

Por que utilizar os aditivos na cozinha?

De modo geral, podemos dizer que os aditivos auxiliam muito na cozinha, já que eles impedem alterações, mantêm, conferem e intensificam aromas, cores e sabores e conservam o alimento por mais tempo, garantindo segurança aos clientes. Além disso, os aditivos permitem uma maior padronização dos alimentos e auxiliam a acelerar processos, além de aumentar o shelf life dos produtos, diminuindo perdas.

Praticamente tudo o que consumimos têm aditivos em sua composição. Pense, por exemplo, no sal. Como ele fica sempre soltinho, se é um componente que, naturalmente, absorve água? E como os molhos se mantêm homogêneos nas embalagens e não se separam? Tudo isso é resultado de muito estudo e do uso de aditivos.

O uso desse tipo de substância pode ser evitado em casos de produções pequenas, quando o alimento é servido fresco ou quando os processos permitem, por exemplo, um congelamento eficiente, que não altere o produto.

Como indicar os aditivos alimentares nas embalagens?

No caso de produtos que são vendidos embalados, existem algumas regras para incluir os aditivos na rotulagem. Primeiro, é preciso listar os demais ingredientes, de acordo com a ordem decrescente de proporção.

Os aditivos devem ser incluídos após os ingredientes, acompanhados de sua função e agrupados de acordo com ela. Eles também precisam ser descritos em ordem decrescente de proporção.

Para garantir uma padronização internacional, é possível utilizar, também, o Sistema Internacional de Numeração de Aditivos Alimentares (INS) , uma alternativa elaborada pelo Comitê do Codex para a identificação dos aditivos por meio de numeração. Nesse caso, é importante destacar a função do aditivo, acompanhado de seu número na tabela INS.

Os aditivos alimentares são realmente seguros?

É importante entender que existem muitos mitos acerca dos aditivos alimentares. Antes desse tipo de substância ser liberada, ela passa por uma série de testes nos órgãos reguladores, para garantir a segurança do consumo e os limites de uso.

Em relação à segurança, os aditivos são classificados em dois grupos:

  • GRAS: substâncias geralmente reconhecidas como seguras à saúde humana, por exemplo, o carbonato de cálcio e a goma arábica.
  • Não GRAS: são estabelecidos limites máximos permitidos para consumo. Quando esse limite é ultrapassado, ocorre a contaminação direta. Alguns exemplos são o aspartame, os nitratos e o ácido fosfórico.

Todos os aditivos permitidos são considerados seguros e controlados por Lei pelo Ministério da Saúde. A Anvisa é o órgão responsável pela fiscalização do uso, garantindo que o Não GRAS esteja dentro do limite estabelecido.

Conclusão

Como vimos, os aditivos alimentares são substâncias utilizadas para manter ou modificar as características de um produto, melhorando formulações e garantindo mais padronização. O uso desses ingredientes é bastante comum e, na maioria das vezes, necessário.

No caso de substâncias que podem trazer riscos com uma alta ingestão, é essencial ficar atento aos limites estabelecidos pelos órgãos reguladores.

Agora que você já sabe o que são os aditivos alimentares, descubra também como adaptar sua produção para atender as demandas de refeições prontas.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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