Você conhece as diferenças entre as farinhas estrangeiras e nacionais? É importante para todos os profissionais da panificação entender como cada região, clima, espécies, cultivo, colheita, armazenamento e processamento influenciam nas características.
Compreender essas diferenças, nos permite fazer escolhas mais informadas ao selecionar a mais adequada para cada tipo de produto. Seja na produção de pães, pizzas ou outros produtos de panificação, conhecer essas particularidades nos ajuda a obter resultados excepcionais em nossas receitas.
Leia o texto abaixo e aprofunde seus conhecimentos sobre esse assunto fascinante.
As principais diferenças entre as farinhas produzidas no Brasil, Canadá e Europa estão relacionadas ao tipo de trigo utilizado, ao processo de moagem, às técnicas de armazenamento e às regulamentações locais.
No Brasil, a maioria das farinhas é produzida a partir de trigo tipo soft ou fraco, que apresenta um teor de proteína mais baixo. No Canadá e na Europa, a produção de farinhas de trigo utiliza principalmente trigo tipo hard ou forte, que apresenta um teor de proteína mais elevado. Isso significa que as farinhas canadenses e europeias tendem a ter um maior teor de glúten e força de amassamento.
Todavia, a produção no Brasil tem aumentado e se desenvolvido a cada ano, aumentando a variedade, qualidade e força dos nossos grãos. Segundo dados da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento , em seu 3º Levantamento da Safra de Grãos, a produção de trigo em 2022 atingiu um novo recorde de 9,5 milhões de toneladas, um aumento de 23,7% em relação à safra passada. A produção praticamente dobrou, com uma colheita de 5,1 milhões de toneladas, se compararmos com o volume colhido em 2019.
No Brasil, é comum utilizar blends de grãos de trigo na produção e melhoria da farinha. Essa prática consiste em combinar grãos de trigo nacionais com grãos importados para obter características desejadas na farinha, como maior teor de proteína, melhor textura e qualidade geral.
A utilização de grãos de diferentes países, cada um com suas características específicas, visa otimizar a farinha e atender às demandas do mercado, garantindo a produção de produtos de panificação de alta qualidade. O Brasil importa trigo de alta qualidade de diversos países, entre eles:
Além desses países, o Brasil também pode importar trigo de outros países, dependendo da disponibilidade, preço e características específicas necessárias para a produção de farinha.
No Brasil, as farinhas de trigo são produzidas principalmente pelo processo de moagem de cilindros, que é um processo mais antigo e resulta em farinhas com uma granulometria mais grossa. No Canadá e na Europa, esse processo é feito em moinhos de pedra, produzindo farinhas mais finas e uniformes. Isso significa que as farinhas canadenses e europeias tendem a ser mais homogêneas em termos de tamanho das partículas.
Em nosso país, as condições de armazenamento das farinhas de trigo em geral são menos favoráveis, devido ao calor e umidade. Isso pode levar à deterioração da qualidade da farinha. No Canadá e na Europa, as farinhas de trigo são armazenadas em condições mais controladas, com menor umidade e temperatura adequada, o que ajuda a manter a qualidade da farinha por mais tempo.
As regulamentações locais sobre a produção de farinhas de trigo também podem variar entre o Brasil, o Canadá e a Europa. No Brasil, por exemplo, a legislação permite o uso de alguns aditivos químicos necessários para manter características e padronização, enquanto que na Europa e no Canadá são mais restritivos em relação ao seu uso. Além disso, as normas de qualidade e pureza também podem variar entre os países.
Atualmente, tanto os padeiros quanto os profissionais de confeitaria podem encontrar no mercado farinhas produzidas nacionalmente, com excelente desempenho.
O país tem investido em tecnologia e pesquisa agrícola para melhorar a produtividade e a qualidade do trigo cultivado. A produção no Brasil tem apresentado avanços significativos nos últimos anos. De acordo notícia do Canal Rural , em comparação com 2018, o volume de importação diminuiu de 6,8 milhões de toneladas para 5,71 milhões de toneladas em 2022. Da mesma forma, nos últimos cinco anos, o volume de trigo exportado aumentou, indicando uma redução da dependência externa do cereal.
Da mesma forma, os moinhos e marcas têm investido pesadamente em produtos de qualidade, com garantia de padronização.
É importante lembrar que a farinha é apenas um dos fatores que influenciam na produção. Para que ela atinja seu máximo potencial, você precisa também de equipamentos adequados, processos bem definidos e formação continuada dos profissionais. Ademais, você deve utilizá-la de acordo com as características do produto desejado e manipulação correta.
Em resumo, ao explorarmos as diferenças entre as farinhas de trigo brasileiras e as do exterior, fica evidente a influência dos tipos de trigo, dos processos de moagem e das regulamentações locais. Essas variações resultam em características únicas em cada tipo de farinha.
As farinhas canadenses e europeias tendem a ser mais ricas em glúten, mais uniformes e mais controladas em sua produção e armazenamento, enquanto as farinhas brasileiras ainda estão em processo de adaptação devido às condições de cultivo do trigo e ao armazenamento em nosso clima.
Por fim, confira também nosso conteúdo sobre a importância e desenvolvimento de receitas. Continue a leitura.
O post Farinhas estrangeiras e nacionais: conheça a produção apareceu primeiro em Blog Prática | Gastronomia e Panificação.
MANTENHA-SE SEMPRE INFORMADO
NEWSLETTER
Receba nossas novidades por email:
Obrigado!
SOBRE O BLOG
Focada em auxiliar na produção de comida boa e de qualidade, a Prática desenvolveu um blog para levar dicas e conhecimentos para tornar o setor de food service cada vez mais sustentável e lucrativo.
PRÁTICA PRODUTOS S/A. TODOS OS DIREIROS RESERVADOS COPYRIGHT