Tudo sobre parmegiana: da escolha da carne à montagem

O filé à parmegiana é um dos pratos mais amados e reproduzidos no Brasil. Presente em restaurantes self-service, marmitarias e menus executivos, ele combina empanado crocante, molho de tomate, queijo derretido e acompanhamentos variados.
Sua versatilidade o torna atrativo tanto para o público quanto para empreendedores da alimentação.
Veja as dúvidas mais comuns e e orientações sobre como preparar uma versão que equilibre sabor, estrutura e apelo comercial.
Parmegiana é italiano?
O nome e a essência do prato têm origem italiana, mas a versão com carne empanada, molho de tomate e queijo, tão comum no Brasil, é uma adaptação feita fora da Itália.
A inspiração vem de um prato chamado melanzane alla parmigiana, típico do sul da Itália, especialmente da região da Campânia e da Sicília.
Nessa versão original, fatias de berinjela frita são intercaladas com molho de tomate e queijos como Parmigiano-Reggiano ou mozzarella, depois gratinadas no forno.
Ou seja, a receita original não leva carne, nem é servida com arroz ou fritas, como ocorre no Brasil. A versão com carne surgiu como um desdobramento dessa tradição, adaptado ao gosto e aos ingredientes disponíveis nos países que receberam grande número de imigrantes italianos.
Onde surgiu o parmegiana?
A versão com carne, como conhecemos hoje, foi criada no contexto das comunidades italianas no exterior, especialmente nos Estados Unidos e no Brasil, entre o final do século XIX e início do século XX.
Em ambos os casos, a berinjela foi substituída por cortes de carne mais acessíveis e populares entre a população local.
Nos Estados Unidos, nasceu o famoso chicken parm, feito com filé de frango empanado. Já no Brasil, especialmente em São Paulo, o prato foi adaptado com filé de carne bovina, criando o hoje conhecido filé.
Aos poucos, versões com frango, porco e até peixe também se popularizaram, tornando o prato uma referência da cozinha ítalo-brasileira.
Qual melhor farinha para o parmegiana?
A farinha de rosca artesanal, feita com pães amanhecidos, é ideal para o parmegiana: confere mais cor, sabor, aroma e textura ao empanado. A casca do pão ajuda na coloração dourada durante a fritura, enquanto o miolo contribui para um empanado mais leve e menos ressecado.
Além disso, é uma excelente forma de evitar desperdícios, especialmente em padarias, que podem transformar o pão do dia anterior em um insumo de valor. A própria padaria pode incluir este prato no cardápio de almoço ou jantar, aproveitando a farinha produzida no local.
Essa prática reduz custos, melhora o visual do prato e reforça uma gestão mais eficiente de alimentos.
Qual queijo é melhor para o parmegiana?
O queijo exerce duas funções principais: sabor e derretimento. Ele precisa gratinar sem ressecar, formar uma camada uniforme e resistir ao tempo de espera, especialmente no delivery.
As opções mais utilizadas são:
- Muçarela: tem ótimo custo-benefício, derrete bem e combina com o molho de tomate. É a escolha mais comum.
- Muçarela com parmesão ralado: o parmesão traz um toque salgado e reforça o sabor, além de ajudar a gratinar.
- Meia-cura ou minas padrão: oferecem um sabor mais brasileiro, ideais para versões regionais.
Qual carne é melhor para o parmegiana?
O corte ideal deve ser macio, fácil de fazer porções e que aceite bem o empanamento. Para o bovino, os mais usados são:
- Coxão mole: bom rendimento, fácil de cortar e bater.
- Patinho: menos nobre, mas macio quando bem preparado.
- Alcatra ou contrafilé: ótimos para pratos à la carte.
- Filé mignon: indicado para versões refinadas.
Em qualquer caso, o importante é evitar carnes com excesso de nervos ou muito espessas, que dificultam o preparo e comprometem a experiência do cliente.
Outros tipos de carne que podem ser usados no parmegiana
- Filé de peito – o mais comum, exige cuidado para não ressecar.
- Sobrecoxa desossada – mais úmida e saborosa, ideal para empanados suculentos.
- Lombo suíno – textura firme, ótimo com molho e queijo.
- Filé mignon suíno – corte macio e com ótimo rendimento.
- Tilápia – leve, neutro e fácil de empanar.
Como fazer parmegiana?
Rendimento: 10 porções
Tempo médio: 1h
Corte utilizado: Coxão mole ou patinho (bovino)
Para os filés:
- 10 bifes de carne bovina (120 g cada)
- Sal e pimenta-do-reino a gosto
- 3 dentes de alho amassados (opcional)
- Suco de 1 limão (opcional, para marinar)
Para empanar:
- 1 xícara (chá) de farinha de trigo
- 3 ovos batidos
- 2 xícaras (chá) de farinha de rosca (preferência por farinha de rosca grossa ou artesanal)
- Óleo para fritar
Para o molho:
- 2 colheres (sopa) de azeite
- 1 cebola picada
- 2 dentes de alho picados
- 1,5 litro de molho de tomate (caseiro ou industrializado de boa qualidade)
- 1 colher (chá) de açúcar (opcional, para corrigir acidez)
- Sal, pimenta e manjericão a gosto
Para gratinar:
- 400 g de muçarela fatiada
- 100 g de queijo parmesão ralado grosso
Modo de preparo
1. Preparação da carne
- Limpe os bifes retirando nervos e excesso de gordura.
- Bata com um martelo de carne para nivelar a espessura.
- Tempere com sal, pimenta e alho. Se desejar, adicione limão e deixe marinar por 15 minutos.
2. Como empanar parmegiana?
- Passe os bifes, um a um, na seguinte ordem:
- Farinha de trigo (retire o excesso)
- Ovo batido
- Farinha de rosca
- Dica: depois de empanados, leve à geladeira por 30 minutos. Isso ajuda o empanado a firmar e não se soltar na fritura.
3. Fritura
- Aqueça o óleo a 170–180 °C.
- Frite os bifes até ficarem dourados dos dois lados. Escorra em papel-toalha.
- Alternativa: asse os bifes por 20 minutos em forno a 200 °C com um fio de óleo, virando na metade do tempo.
4. Molho
- Em uma panela, aqueça o azeite e refogue a cebola até ficar translúcida.
- Adicione o alho e refogue rapidamente.
- Acrescente o molho de tomate, ajuste sal e pimenta. Se necessário, adicione o açúcar.
- Cozinhe por 15 minutos. Finalize com folhas de manjericão fresco.
5. Montagem
- Em uma travessa, coloque os bifes fritos lado a lado.
- Cubra com o molho de tomate.
- Adicione as fatias de muçarela e finalize com parmesão ralado.
6. Gratinado
- Leve ao forno preaquecido a 200 °C por cerca de 10 minutos, ou até o queijo derreter e dourar levemente.
Acompanhamentos: com fritas, macarrão, purê, molho branco, arroz, espaguete
- Arroz branco com batata frita: o combo mais tradicional nos restaurantes populares.
- Purê de batata: opção cremosa, muito usada em marmitas e refeições executivas.
- Espaguete ao sugo ou alho e óleo: aproxima o prato das origens italianas.
- Molho branco: pode ser usado em versões especiais ou para variar o cardápio.
- Saladas e legumes cozidos: ideais para equilibrar pratos mais pesados.
- Polenta ou farofa: em regiões sulistas e interioranas.
A combinação ideal depende do perfil de consumo e da estratégia de venda. No delivery, por exemplo, o arroz com purê tem melhor estabilidade térmica que batatas fritas.
Considerações finais
O filé à parmegiana é um dos pratos mais aceitos nos restaurantes brasileiros, com forte apelo entre públicos diversos e excelente potencial de rentabilidade.
Mais do que uma receita tradicional, ele representa uma oportunidade estratégica para negócios de alimentação que buscam aliar qualidade, padronização e boa margem de lucro.
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