Tudo sobre parmegiana: da escolha da carne à montagem

Prática • 3 de setembro de 2025
Um close de um prato de comida com molho e queijo sobre uma mesa.

O filé à parmegiana é um dos pratos mais amados e reproduzidos no Brasil. Presente em restaurantes self-service, marmitarias e menus executivos, ele combina empanado crocante, molho de tomate, queijo derretido e acompanhamentos variados.


Sua versatilidade o torna atrativo tanto para o público quanto para empreendedores da alimentação.


Veja as dúvidas mais comuns e e orientações sobre como preparar uma versão que equilibre sabor, estrutura e apelo comercial.


Parmegiana é italiano?


O nome e a essência do prato têm origem italiana, mas a versão com carne empanada, molho de tomate e queijo, tão comum no Brasil, é uma adaptação feita fora da Itália.


A inspiração vem de um prato chamado melanzane alla parmigiana, típico do sul da Itália, especialmente da região da Campânia e da Sicília.


Nessa versão original, fatias de berinjela frita são intercaladas com molho de tomate e queijos como Parmigiano-Reggiano ou mozzarella, depois gratinadas no forno.


Ou seja, a receita original não leva carne, nem é servida com arroz ou fritas, como ocorre no Brasil. A versão com carne surgiu como um desdobramento dessa tradição, adaptado ao gosto e aos ingredientes disponíveis nos países que receberam grande número de imigrantes italianos.


Onde surgiu o parmegiana?


A versão com carne, como conhecemos hoje, foi criada no contexto das comunidades italianas no exterior, especialmente nos Estados Unidos e no Brasil, entre o final do século XIX e início do século XX.


Em ambos os casos, a berinjela foi substituída por cortes de carne mais acessíveis e populares entre a população local.


Nos Estados Unidos, nasceu o famoso chicken parm, feito com filé de frango empanado. Já no Brasil, especialmente em São Paulo, o prato foi adaptado com filé de carne bovina, criando o hoje conhecido filé.


Aos poucos, versões com frango, porco e até peixe também se popularizaram, tornando o prato uma referência da cozinha ítalo-brasileira.


Qual melhor farinha para o parmegiana?


A farinha de rosca artesanal, feita com pães amanhecidos, é ideal para o parmegiana: confere mais cor, sabor, aroma e textura ao empanado. A casca do pão ajuda na coloração dourada durante a fritura, enquanto o miolo contribui para um empanado mais leve e menos ressecado.


Além disso, é uma excelente forma de evitar desperdícios, especialmente em padarias, que podem transformar o pão do dia anterior em um insumo de valor. A própria padaria pode incluir este prato no cardápio de almoço ou jantar, aproveitando a farinha produzida no local.


Essa prática reduz custos, melhora o visual do prato e reforça uma gestão mais eficiente de alimentos.


Qual queijo é melhor para o parmegiana?


O queijo exerce duas funções principais: sabor e derretimento. Ele precisa gratinar sem ressecar, formar uma camada uniforme e resistir ao tempo de espera, especialmente no delivery.


As opções mais utilizadas são:


  • Muçarela: tem ótimo custo-benefício, derrete bem e combina com o molho de tomate. É a escolha mais comum.
  • Muçarela com parmesão ralado: o parmesão traz um toque salgado e reforça o sabor, além de ajudar a gratinar.
  • Meia-cura ou minas padrão: oferecem um sabor mais brasileiro, ideais para versões regionais.


Qual carne é melhor para o parmegiana?


O corte ideal deve ser macio, fácil de fazer porções e que aceite bem o empanamento. Para o bovino, os mais usados são:


  • Coxão mole: bom rendimento, fácil de cortar e bater.
  • Patinho: menos nobre, mas macio quando bem preparado.
  • Alcatra ou contrafilé: ótimos para pratos à la carte.
  • Filé mignon: indicado para versões refinadas.


Em qualquer caso, o importante é evitar carnes com excesso de nervos ou muito espessas, que dificultam o preparo e comprometem a experiência do cliente.


Outros tipos de carne que podem ser usados no parmegiana


  • Filé de peito – o mais comum, exige cuidado para não ressecar.
  • Sobrecoxa desossada – mais úmida e saborosa, ideal para empanados suculentos.
  • Lombo suíno – textura firme, ótimo com molho e queijo.
  • Filé mignon suíno – corte macio e com ótimo rendimento.
  • Tilápia – leve, neutro e fácil de empanar.


Como fazer parmegiana?


Rendimento: 10 porções
Tempo médio: 1h
Corte utilizado: Coxão mole ou patinho (bovino)


Para os filés:


  • 10 bifes de carne bovina (120 g cada)
  • Sal e pimenta-do-reino a gosto
  • 3 dentes de alho amassados (opcional)
  • Suco de 1 limão (opcional, para marinar)


Para empanar:


  • 1 xícara (chá) de farinha de trigo
  • 3 ovos batidos
  • 2 xícaras (chá) de farinha de rosca (preferência por farinha de rosca grossa ou artesanal)
  • Óleo para fritar


Para o molho:


  • 2 colheres (sopa) de azeite
  • 1 cebola picada
  • 2 dentes de alho picados
  • 1,5 litro de molho de tomate (caseiro ou industrializado de boa qualidade)
  • 1 colher (chá) de açúcar (opcional, para corrigir acidez)
  • Sal, pimenta e manjericão a gosto


Para gratinar:


  • 400 g de muçarela fatiada
  • 100 g de queijo parmesão ralado grosso


Modo de preparo


1. Preparação da carne


  • Limpe os bifes retirando nervos e excesso de gordura.
  • Bata com um martelo de carne para nivelar a espessura.
  • Tempere com sal, pimenta e alho. Se desejar, adicione limão e deixe marinar por 15 minutos.


2. Como empanar parmegiana?


  • Passe os bifes, um a um, na seguinte ordem:
  1. Farinha de trigo (retire o excesso)
  2. Ovo batido
  3. Farinha de rosca
  • Dica: depois de empanados, leve à geladeira por 30 minutos. Isso ajuda o empanado a firmar e não se soltar na fritura.


3. Fritura


  • Aqueça o óleo a 170–180 °C.
  • Frite os bifes até ficarem dourados dos dois lados. Escorra em papel-toalha.
  • Alternativa: asse os bifes por 20 minutos em forno a 200 °C com um fio de óleo, virando na metade do tempo.


4. Molho


  • Em uma panela, aqueça o azeite e refogue a cebola até ficar translúcida.
  • Adicione o alho e refogue rapidamente.
  • Acrescente o molho de tomate, ajuste sal e pimenta. Se necessário, adicione o açúcar.
  • Cozinhe por 15 minutos. Finalize com folhas de manjericão fresco.


5. Montagem


  • Em uma travessa, coloque os bifes fritos lado a lado.
  • Cubra com o molho de tomate.
  • Adicione as fatias de muçarela e finalize com parmesão ralado.


6. Gratinado


  • Leve ao forno preaquecido a 200 °C por cerca de 10 minutos, ou até o queijo derreter e dourar levemente.


Acompanhamentos: com fritas, macarrão, purê, molho branco, arroz, espaguete


  • Arroz branco com batata frita: o combo mais tradicional nos restaurantes populares.
  • Purê de batata: opção cremosa, muito usada em marmitas e refeições executivas.
  • Espaguete ao sugo ou alho e óleo: aproxima o prato das origens italianas.
  • Molho branco: pode ser usado em versões especiais ou para variar o cardápio.
  • Saladas e legumes cozidos: ideais para equilibrar pratos mais pesados.
  • Polenta ou farofa: em regiões sulistas e interioranas.


A combinação ideal depende do perfil de consumo e da estratégia de venda. No delivery, por exemplo, o arroz com purê tem melhor estabilidade térmica que batatas fritas.


Considerações finais


O filé à parmegiana é um dos pratos mais aceitos nos restaurantes brasileiros, com forte apelo entre públicos diversos e excelente potencial de rentabilidade.


Mais do que uma receita tradicional, ele representa uma oportunidade estratégica para negócios de alimentação que buscam aliar qualidade, padronização e boa margem de lucro.


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