Chef Daniely Novo fala sobre os desafios do mundo da confeitaria

Chef Daniely Novo fala sobre os desafios do mundo da confeitaria

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Está pensando em dar uma virada na sua carreira e entrar para o mundo da confeitaria? Nós batemos um super papo com a chef Daniely Novo para entender como está o mercado e quais são os maiores desafios para quem quer investir em uma transição para a área. Ela ainda nos contou um pouco sobre sua vida e sobre sua própria e inspiradora transição do direito aos doces!

Pioneira nos cursos de pâtisserie no Rio de Janeiro, Dany tem dois ateliês, é idealizadora do projeto Clube Chocolate e conhecida por ser uma cientista na cozinha. Quer saber tudo o que a gente conversou? Então confira na entrevista!

Como foi a sua entrada no mundo da confeitaria?

Eu cozinho desde criança e minha história não foi diferente da maioria das histórias dos confeiteiros pelo mundo afora. 

Com 9 anos já fazia docinhos e saia vendendo nas ruas do meu condomínio (para desespero do meu pai, risos). Depois comecei a me profissionalizar e estudar pelo mundo afora, pois sempre fui uma estudiosa e curso nunca é demais. 

Quais foram os maiores desafios da área?

Sou desafiada diariamente. Comecei numa época onde nem existia faculdade de gastronomia, ser cozinheiro era um hobby e as pessoas não enxergavam e davam o devido valor à profissão. 

Eu tinha outra profissão e abandonar uma carreira sólida para ir atrás de uma vocação foi um grande desafio. E me orgulho disso diariamente. 

Como você vê o cenário da confeitaria no Brasil?

A confeitaria cresceu exponencialmente nos últimos 10 anos. E ela ainda tem muito o que crescer. 

Somos um mercado que nunca vai acabar. As ideias são cíclicas e a cada momento surgem novos sabores e receitas, e no Brasil somos um povo extremamente criativo e isso só facilita. 

O mercado está aquecido mesmo na época de pandemia e agora estamos esperançosos que ele vai estourar na retomada. 

Você acredita que o chocolate é um dos produtos mais valorizados na confeitaria do país?

Sim. O chocolate é um produto singular que cerca todas áreas da confeitaria. Não só da confeitaria, da gastronomia em geral. O Brasil é um dos maiores consumidores de chocolate no mundo, mesmo sendo um país tropical, o que cai por terra o mito de que “não se come chocolate no calor”. 

Meu primeiro contato com chocolate foi aos 7 anos de idade e de lá nunca mais parei. Ele é cercado de detalhes e mistérios, o que faz esse produto ser tão sensacional, não é à toa que na antiguidade ele era utilizado para se conectar ao Divino. 

Como surgiu a ideia do Clube Chocolate?

Desde que voltei da Suíça, sempre tive vontade de abrir uma escola onde eu pudesse ensinar o que aprendi de maneira mais acessível e simples. 

Chocolate tem suas peculiaridades, mas como a docência sempre foi uma vocação e uma paixão na minha vida, eu desejava passar isso de forma leve e descomplicada para o meu aluno. 

Na pandemia com a proibição das aulas presenciais, e como eu fazia muitas LIVES no meu Instagram, resolvi que poderia criar uma escola on-line, assim atingiria um maior público e poderia continuar fazendo o que amo que é ensinar. 

Como funciona o projeto?

O CLUBE CHOCOLATE fez um ano em outubro de 2021 e agora em janeiro passará por uma grande reformulação. 

Basicamente é uma assinatura mensal onde o aluno tem hoje mais de 120 vídeos de aula, e aprende tudo sobre chocolate e outras sobremesas e doces que levam essa iguaria – desde brigadeiros, bombons, bolos, panetones, etc. 

O aluno pode assistir quantas vezes quiser, tem um grupo fechado que troca experiências e é muito proveitoso para eles. Os vídeos novos são upados toda semana e vão abrir vendas em janeiro já para a Páscoa 2022. 

Durante a pandemia, muitas pessoas começaram a trabalhar com confeitaria para complementar a renda, como você vê esse impacto no cenário?

Na crise todos correm para a cozinha. Sempre falo isso! Dentro da gastronomia, a confeitaria é aquela que – em determinados doces – exige pouco investimento para se começar a ganhar um dinheirinho. 

Basta uma panela, uma colher de pau e uma caixa plástica para você produzir seus brigadeiros ou brownies e sair pela rua vendendo. 

Esse start faz com que a pessoa se estimule e comece a crescer na área. Uma receita às vezes muda a vida e sustenta muitas famílias, desenvolvendo assim o mercado e mostrando a sua real importância.

Qual é o seu conselho para quem deseja migrar de área e começar na confeitaria?

PERSISTÊNCIA, DEDICAÇÃO E ESTUDO. Mudar é sempre bom se você não ama o que faz. Só pagar boletos não leva ninguém a crescer e ficar estimulado. É preciso gostar do que faz, ter consciência dos desafios que vão surgir – são muitos como em qualquer área – mas ao colocar na balança e chegar à conclusão de que aquele ali é o seu lugar, faz toda a diferença. 

Costumo dizer aos meus alunos que o dom é algo especial, mas de nada adianta ser um autodidata sem estudar. É isso que vai diferenciar você dos demais. Estude! 

Como oferecer um produto diferenciado e se destacar da concorrência dentro da área?

Essa é a batalha atual. Investir em bons produtos, de qualidade superior já é meio caminho andado. Testar muito suas receitas e encontrar aquela que você prove e fale: “Meu Deus! Eu pagaria qualquer coisa para comer isso!”

Nunca se conforme com algo mediano, o doce é uma exceção então ele tem que ser uma experiência, e experiência nunca é cara! Quanto à concorrência, dê a ela o valor que tem que ser dado mas não foque sua vida nisso. Análise mas não se preocupe com o outro, se preocupe com você e siga em frente. 

Como a Prática e seus equipamentos auxiliam no seu trabalho?

A Prática é uma grande paixão na minha vida. Tenho a honra de ser cercada das melhores empresas e é isso que eles são. A melhor empresa de equipamentos para a panificação e confeitaria em geral. 

O MINICONV faz parte do meu dia a dia em tudo e fico muito feliz de ter meu nome associado ao “objeto de consumo de 9 entre 10 confeiteiras do país” (essa uma que falta não conheceu ainda as maravilhas dele, risos). 

A rapidez, eficiência e eficácia desse forno facilita demais a minha vida, pois o tempo é muito precioso, e o MINICONV me poupa tempo! Não tem como mensurar isso né?

Curtiu a conversa? Então confira também nosso papo com Mara Pontes sobre a gastronomia molecular!

Fornos de Panificação
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