Hoje, vamos explorar a deliciosa história do pão de queijo, um verdadeiro patrimônio gastronômico de Minas Gerais. Este quitute irresistível conquistou paladares não apenas no Brasil, mas também ao redor do mundo, tornando-se uma iguaria famosa e apreciada por pessoas de todas as idades.
Embarque nessa viagem no tempo e descubra como ele surgiu em nosso país.
A história do pão de queijo começa com a mandioca. Devemos aos povos indígenas a domesticação e seleção da mandioca brava, alcançada há milhares de anos antes dos colonizadores, o que a transformou em variedades adequadas para o consumo humano.
Eles também descobriram como extrair o veneno presente nas raízes brutas, tornando-as seguras para o consumo humano após o processamento adequado. Isso originou o polvilho azedo, ingrediente básico do produto tema de nossa postagem.
Para obter o polvilho, a mandioca é descascada e ralada, produzindo uma massa que é posteriormente prensada para extrair o suco. Esse suco é deixado em repouso, permitindo que o amido e as fibras se separem. O amido, após secagem, é o que conhecemos como polvilho, que pode ser encontrado em duas formas: o polvilho doce e o polvilho azedo.
O polvilho doce é obtido a partir do amido da mandioca, que é seco naturalmente ao sol, sem passar por nenhum processo de fermentação. Já o polvilho azedo passa por um processo de fermentação natural, que permite a ação de micro-organismos presentes na mandioca, resultando em um produto com sabor ácido característico.
O polvilho doce era utilizado para fazer beijus, que são como panquecas do polvilho úmido e cozidas em uma chapa de pedra quente. Essa era uma forma versátil de consumo, pois o beiju podia ser servido com diversos recheios, como peixes e frutas. Além disso, o polvilho doce também era usado na preparação de mingaus e outros alimentos.
Já o polvilho azedo, obtido por meio da fermentação natural do amido da mandioca, era utilizado em receitas que requeriam uma textura e sabor mais ácido. Com o polvilho azedo, os indígenas faziam a “tapioca azeda”, uma espécie de beiju fermentado. Esse tipo de tapioca tinha um sabor ácido característico.
Durante o século XVIII, na região de Minas Gerais, os colonizadores portugueses, na ausência da farinha de trigo, que era importada da Europa e possuía um altíssimo custo, buscavam formas de criar alimentos com ingredientes locais.
Aos escravos vindos da África cabia o plantio, cuidado e colheita das lavouras de mandioca, tanto para subsistência quanto para a produção de polvilho nas propriedades dos senhores. Já às escravas, incumbia o preparo dos quitutes nas cozinhas dos casarões, de onde surgiram não só o pão de queijo, mas também biscoitos, sequilhos, tapiocas e outros pratos tradicionais.
Inicialmente, os ingredientes do pão de queijo eram simples: polvilho azedo, queijo minas curado, banha de porco derretida e ovos, também itens de subsistência, presentes nas propriedades.
Graças à sua combinação única de sabores e texturas, o pão de queijo conquistou não apenas os brasileiros, mas também pessoas ao redor do mundo. Em diversas cidades, é possível encontrar cafeterias e restaurantes que oferecem essa iguaria mineira, tornando-a conhecida mundialmente.
A experiência de saborear um pão de queijo fresquinho e quentinho é algo indescritível. A crocância por fora e a maciez por dentro fazem com que cada mordida seja uma verdadeira explosão de sabor. Acompanhado por um café quentinho, o pão de queijo se torna o lanche perfeito para qualquer hora do dia.
Embora muitos tentem replicar a receita do pão de queijo, os verdadeiros apreciadores sabem que a perfeição está nos detalhes. O segredo para um pão de queijo irresistível está na qualidade dos ingredientes utilizados, principalmente o queijo minas, que deve ser de excelente procedência e possuir um sabor único.
Outro ponto fundamental é a proporção dos ingredientes. Um bom pão de queijo necessita de, no mínimo, 40% de queijo Minas meia-cura ou outro queijo amarelo curado em relação ao quilo de polvilho, para que tenha tanto o aroma quanto o sabor característico. Queijos brancos e frescos, com alto teor de água, não são recomendados, pois podem afetar o crescimento do produto no forno, sua textura e aspecto final.
O polvilho azedo, base da receita, também precisa ser de qualidade e procedência confiável. Em algumas versões, especialmente as industrializadas, é utilizado o polvilho doce. No entanto, a receita original pede o polvilho azedo, pois este é responsável não apenas pelo crescimento do produto, mas também por seu aroma e sabor característicos.
A história do pão de queijo é muito rica e ainda tem muito a contar. Ela, inclusive, continua sendo adaptada. Novos ingredientes foram incorporados, dando origem a variações deliciosas, com recheios diversos, como calabresa, frango, presunto e até mesmo opções doces com chocolate e doce de leite.
Em suma, ele é muito mais do que uma simples receita culinária. É uma herança cultural que deve ser preservada e apreciada por muitas gerações. Portanto, ao experimentar essa delícia, lembre-se de que você está degustando uma verdadeira parte da história e da cultura brasileira.
Agora, que tal fazer o “bolo pão de queijo”? Veja nosso artigo com a receita!
O post História do Pão de Queijo: a trajetória do patrimônio mineiro apareceu primeiro em Blog Prática | Gastronomia e Panificação.
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