Neste 21 de março, comemoramos o Dia do Pão Francês, que é o mais querido nas nossas padarias e possui características próprias. Embora tenha esse nome, ele é bem brasileiro! A receita foi adaptada da tradicional francesa no século XIX, trazida pela elite que visitava Paris e outras cidades famosas da Europa.
Na época, não tínhamos uma quantidade significativa e adaptada de trigo; boa parte da farinha era importada, e a viabilidade do produto só foi possível com o desenvolvimento de novos canais e meios de importação, além do crescimento ao longo dos anos da produção do grão nacionalmente.
Até então, os produtos de panificação e confeitaria utilizavam as culturas fontes de carboidratos adaptadas ao nosso clima e solo: o milho e a mandioca, que também deram origem a outras receitas tão amadas nacionalmente quanto o nosso pãozinho.
Hoje, vamos conhecer a receita dele e sua produção nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir.
Diferentemente da farinha doméstica, esta possui um teor maior de proteínas, responsável pela formação da rede de glúten que proporciona o chamado "ponto de véu" na massa. Esse ponto é fundamental para todo o processo e características finais do produto, aprisionando os gases da fermentação.
Enquanto no passado todo o processo de amassamento era feito à mão, as padarias brasileiras, desde o início do século XX, começaram a incorporar a amassadeira aos seus processos. Este equipamento garante o ponto ideal da massa, maior hidratação e rendimento da farinha, e ainda hoje é um equipamento indispensável.
No passado, o padeiro tinha que fabricar seu próprio fermento natural, além de fazer o pão. Com a chegada deste ingrediente, a produção do pão francês ganhou praticidade, maior velocidade, padronização, e ele é um dos ingredientes responsáveis pelo volume, formação da casca, aroma, sabor e cor.
Até algumas décadas atrás, o formato de baguete ou filões, de 30 cm e 45 cm aproximadamente, seguindo a receita original facilitavam a modelagem. Todavia, com o advento das modeladoras, passou-se a fazer a unidade de 60 gramas. Assim, podia-se comprar a quantidade exata consumida por pessoa.
Diferentemente dos fornos domésticos, os profissionais atendem a uma demanda maior, por terem uma construção mais robusta, sistemas de aquecimento potentes e maior produtividade. Esses equipamentos conferem características de volume, melhor coloração e casca ao pão.
• 100% Farinha de Trigo
• 1,8% sal*
• 1% de fermento*
• 60% de água gelada (2°C a 5°C) *
*Calculados sobre o total da farinha.
1. Coloque todos os ingredientes na amassadeira espiral e misture na velocidade 1 até que sejam incorporados.
2. Misture na velocidade 2 até atingir o "ponto-de-véu". Neste ponto, você deve ser capaz de esticar a massa em uma película fina, sem que ela se rompa.
3. Retire a massa da amassadeira e coloque sobre uma mesa untada com desmoldante profissional. Cubra-a com um plástico para evitar ressecamento.
4. Divida em porções de 1,8 Kg e faça o boleamento.
5. Coloque na bandeja da Divisora Manual e faça a compressão e, em seguida, a divisão das porções de massa.
6. Retire as massas cortadas da bandeja e passe na modeladora para modelar.
7. Coloque os pães sobre as assadeiras untadas com desmoldante profissional e, em seguida, leve-as à câmara de fermentação em umidade média e temperatura de 28°C por 1 hora e 30 minutos.
8. Pré-aqueça o forno turbo a 180°C.
9. Risque os pães com auxílio de um bisturi descartável.
10. Abasteça o forno com as assadeiras rapidamente.
11. Feche a porta do forno e acione uma vaporização breve no painel.
12. Baixe a temperatura para 160°C e programe o tempo para 16 minutos.
13. Aguarde a conclusão do tempo antes de fazer o descarregamento.
14. Descarregue as assadeiras utilizando luvas térmicas e coloque no carro para que os pães resfriem. Neste momento, ocorrerá o "craquelamento" da superfície, isto é, a formação da casca crocante.
No mundo digital, especialmente nas redes sociais, existem muitas receitas adaptadas que buscam imitar o pão francês em casa. Todavia, pode ser que não fiquem exatamente iguais aos pães da padaria, justamente porque não se têm os mesmos tipos de ingredientes e equipamentos. Você precisará sovar a massa até atingir o ponto e modelar à mão.
Para auxiliar na formação da rede de glúten, uma dica é utilizar o método de esponja, ou seja, fazer uma pequena quantidade de "pré-massa" que também servirá para ativar o fermento biológico.
Para os fornos domésticos, provavelmente, será necessário adicionar um pouco de água dentro da câmara para gerar vapor antes de assar.
Em conclusão, agora que você conheceu a receita do pão francês, a arte de prepará-lo, seja em padarias profissionais ou em casa, demanda cuidado, técnica e alguns segredos específicos. Ao observarmos as particularidades da produção, como o uso de farinha profissional, amassadeiras, fermento biológico e gramatura individual, entendemos a importância de cada etapa no processo de criação desse pão tão querido.
Agora,
se você quiser conhecer as fases de produção do pão francês, clique aqui; ou
se quiser aprender mais sobre os padrões de qualidade ABNT para este produto, clique aqui.
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