Sardinha no cardápio: sabor, nutrição e baixo custo

Prática • 24 de novembro de 2025
Um prato azul coberto com sardinhas e tomates em uma mesa de madeira.

Entre os ingredientes com grande potencial de valorização no setor alimentício, a sardinha ocupa um espaço estratégico.


Trata-se de um peixe de pequeno porte, com custo competitivo, alto valor nutricional e forte presença em diversas tradições gastronômicas ao redor do mundo.


Ao mesmo tempo em que é associada à simplicidade, ela pode ser trabalhada de forma criativa e eficiente, tanto em cardápios populares quanto em propostas contemporâneas de alimentação.


Veja por que ela é uma excelente escolha para empreendedores da área da alimentação, conhecer seus usos culinários ao redor do mundo e aprender uma receita prática com grande potencial de comercialização.


Características e benefícios nutricionais


A sardinha é um peixe pelágico (vive em mar aberto, perto da superfície), abundante em diferentes regiões do oceano Atlântico e Mediterrâneo.


No Brasil, a espécie mais comum é a sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis), que habita principalmente as águas da costa Sudeste e Sul do país. Trata-se de um peixe sazonal, capturado em grandes cardumes, o que contribui para seu baixo custo de aquisição.


Além de econômica, é altamente nutritiva. Apresenta um perfil nutricional completo, o que a torna uma excelente opção para cardápios que buscam equilíbrio entre sabor e saúde. Entre os principais benefícios, destacam-se:


  • Alto teor de ômega-3, importante para a saúde cardiovascular e função cerebral;
  • Rica em proteínas de alto valor biológico, fundamentais para a manutenção da massa muscular;
  • Fonte de cálcio e vitamina D, especialmente quando consumida com espinhas;
  • Contém ferro, fósforo e vitamina B12, nutrientes importantes para o metabolismo e a imunidade.


Aplicações na gastronomia mundial


Ela tem presença marcante em diversas cozinhas tradicionais, com destaque para regiões que valorizam preparações simples e ingredientes frescos.


Sua popularidade internacional se deve à facilidade de preparo, ao sabor característico e à possibilidade de conservação por meio de métodos como salga, defumação ou enlatamento.


Culinária portuguesa e espanhola


Em Portugal, ela é um símbolo gastronômico nacional. Durante as festas juninas, especialmente em Lisboa, é comum o preparo de sardinhas assadas na brasa, servidas com pão ou batatas cozidas.


Em muitas casas e restaurantes, o prato é apresentado de forma rústica, reforçando a ligação afetiva com a tradição popular.


Na Espanha, especialmente na região da Andaluzia, é grelhada em espetos sobre brasas, técnica conhecida como espeto de sardinas, muito comum nos quiosques à beira-mar (chiringuitos).


Tradições italianas


A cozinha siciliana valoriza o peixe em receitas como a pasta con le sarde, um prato que mistura sardinha fresca, erva-doce, uvas-passas e pinoli.


Essa combinação doce-salgada, de origem árabe, é um exemplo de como ela pode ser inserida em preparos complexos e cheios de personalidade, mesmo com ingredientes modestos.


Gastronomia japonesa


No Japão, ela é usada de diversas formas: grelhada, fermentada, seca ou como base de caldos (dashi).


A valorização do peixe está diretamente ligada ao frescor e à técnica, com foco em destacar o sabor natural. Algumas variações da niboshi (sardinha seca) são fundamentais em caldos usados no ramen e outras sopas.


Uso no Brasil


No Brasil, é popular tanto na versão fresca quanto enlatada. No litoral, é comum encontrá-la frita, assada ou empanada, especialmente em regiões como o Rio de Janeiro e Santa Catarina.


Já no ambiente urbano e doméstico, ganhou espaço em preparações práticas, como tortas salgadas, pizzas, pastéis, farofas e saladas frias.


Potencial comercial no setor alimentício


Para quem trabalha com alimentação, ela representa um ingrediente estratégico. Seu baixo custo de aquisição e o bom rendimento por porção permitem margens atrativas, principalmente em preparações de alto giro, como lanches, tortas, marmitas e refeições prontas.


Além disso, a crescente valorização de alimentos sustentáveis e nutritivos abre espaço para reposicionar a sardinha no cardápio com uma comunicação mais moderna. É possível associar o ingrediente a conceitos como:


  • Culinária de raiz ou de tradição regional;
  • Sustentabilidade alimentar e pesca artesanal;
  • Saúde e nutrição acessível;
  • Praticidade na cozinha profissional.


Receita prática: torta de sardinha de liquidificador


Massa:


  • 3 ovos
  • 1/2 xícara de óleo
  • 2 xícaras de leite
  • 1 e 1/2 xícara de farinha de trigo
  • 1 colher de sopa de fermento químico
  • Sal a gosto (aproximadamente 1/2 colher de chá)
  • 3 colheres de sopa de parmesão ralado (opcional)


Recheio:


  • 1 lata de sardinha em óleo (escorra o excesso e desfie)
  • 1 cebola pequena picada
  • 1 tomate picado (sem sementes)
  • 1/2 pimentão verde picado (opcional)
  • 1/2 xícara de milho-verde (opcional)
  • Cheiro-verde picado a gosto
  • Sal e pimenta a gosto


Modo de preparo:


  1. Preaqueça o forno a 180 °C e unte uma forma média com óleo e farinha.
  2. Em uma tigela, misture os ingredientes do recheio e reserve.
  3. No liquidificador, bata os ovos, o leite e o óleo por 1 minuto.
  4. Acrescente a farinha e o sal, batendo até formar uma massa homogênea.
  5. Por último, adicione o fermento e o parmesão, batendo rapidamente apenas para incorporar.
  6. Despeje metade da massa na forma, distribua o recheio e cubra com o restante da massa.
  7. Asse por cerca de 35 a 40 minutos ou até dourar.


Conclusão


A sardinha é um ingrediente com imenso potencial para empreendimentos do setor alimentício.


Com um excelente perfil nutricional, preço competitivo e forte ligação com tradições gastronômicas de diversas partes do mundo, ela oferece versatilidade e autenticidade às preparações.


Seja como estrela de pratos simples e afetivos ou em versões mais elaboradas, esse peixe pode muito mais do que o senso comum costuma sugerir.

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