Cozinha de restaurante: como montar uma com eficiência e sucesso

Prática • jun. 19, 2018

A montagem de uma cozinha de restaurante é um processo repleto de particularidades. São procedimentos e regras que, se seguidos de maneira adequada, ajudam o gestor a ficar em dia com a vigilância sanitária e a garantir alimentos de qualidade ao consumidor final.

Um dos erros mais comuns que os proprietários cometem é levar componentes domésticos para o ambiente de trabalho. A separação equivocada de cômodos e a disposição errônea dos materiais também são alguns dos potenciais problemas.

Para que você não passe por situações desagradáveis e desnecessárias, no post de hoje, vamos explicar como montar uma cozinha de restaurante capaz de otimizar o fluxo de trabalho e manter o seu estabelecimento em dia com as normas regulamentadoras. Acompanhe!

A estrutura básica da cozinha profissional

Ao começar a montar a planta ou o layout de uma cozinha, é preciso pensar em todo fluxo de trabalho, desde a etapa de recebimento das mercadorias até a distribuição ou venda dos produtos. Veja a seguir quais são as áreas mínimas necessárias em qualquer cozinha, independentemente do segmento.

Recebimento

A primeira área a ser instalada deve ser a de recebimento, ou seja, o local destinado exclusivamente à entrega das matérias-primas pelos fornecedores. É nesse espaço que deve ser feita a triagem e a pré-higienização dos alimentos, antes da estocagem. Pesagem e conferência de nota fiscal e das características do produto também acontecem nesse espaço.

Estoque

Logo depois, vem a área de armazenamento. Esse local deve unir todas as matérias-primas, sempre em temperaturas adequadas e controladas. É nele que devem ficar equipamentos como freezers, geladeiras, câmaras frias e armários para armazenamento a seco — em temperatura ambiente.

Preparo

A terceira área básica é a de preparo, onde os alimentos passam pelas primeiras etapas de manipulação, as quais antecedem o processo de cocção. Aqui que os produtos são descascados, cortados, as carnes preparadas, os temperos produzidos etc. Os profissionais que atuam nessa etapa precisam estar capacitados para lidar com riscos de contaminação e cuidados de armazenamento.

Cocção

A próxima área indispensável é a de cocção, na qual é feito o preparo dos pratos, até a finalização. É onde ficam os fogões, fornos, fritadeiras e demais equipamentos. Esse é o espaço que exige mais cuidado com higienização, uso adequado dos itens de higiene pessoal (como luvas, touca e avental) e manutenção diária das condições de uso dos equipamentos.

Higienização

Por fim, temos a área de higienização de panelas, louças e utensílios. Aqui é necessário ter atenção ao tipo de limpeza necessária para cada material, aos produtos adotados, à temperatura da água (em caso de se trabalhar com máquina de lavar louça), entre outros detalhes. Além disso, deve-se ter cuidado com a separação correta dos panos de limpeza utilizados para cada local da cozinha e do restaurante, como um todo.

Normas e regulamentações

A separação das áreas da cozinha da maneira apresentada acima não é regulamentada por lei. Contudo, essa prática é incentivada e recomendada, com a intenção principal de se evitar a contaminação dos alimentos em cada um dos processos.

Em função do alto preço dos aluguéis, as cozinhas dos restaurantes estão cada vez menores. Se esse é o caso do seu estabelecimento, saiba que é possível executar várias etapas de produção no mesmo local, desde que as atividades sejam feitas em horários diferentes. Uma área de manipulação de carnes, por exemplo, pode também ser usada para hortifrútis, mas é muito importante que as superfícies sejam devidamente higienizadas ao final de cada tarefa.

Ainda em relação à estrutura, é determinado por lei o uso de cores claras nas paredes, piso e teto, além da adoção de materiais de fácil higienização. É muito importante também a instalação de um lavabo destinado exclusivamente à higienização das mãos. Os banheiros dos funcionários da cozinha também devem separados dos demais.

Os itens que não podem faltar em uma cozinha profissional

Certamente, já é do seu conhecimento que equipamentos como freezers, geladeiras, mesas, prateleiras, estantes, fogões, fritadeiras,  fornos combinados  e chapa não podem faltar em uma cozinha profissional.

No entanto, para elevar o nível do estabelecimento, é fundamental apostar em equipamentos com melhor performance e mais duráveis. O aço inox, por exemplo, é o acabamento mais recomendado. Quanto aos plásticos, os mais duráveis são os fabricados em polipropileno.

Vale ressaltar que, em todas as legislações brasileiras referentes a cozinhas, há a proibição do uso de utensílios de madeira. O motivo é que o sulco dos alimentos penetra com muita facilidade nas irregularidades da peça, o que favorece a proliferação de bactérias, mesmo após a lavagem. O correto é sempre optar pelas tábuas de vidro e utensílios em aço inox.

Itens de higiene e seus substitutos

Nas cozinhas de restaurante, é proibido o uso de vassouras, já que elas podem levantar poeira e contaminar os alimentos. Por isso, para substituí-las, é necessário optar por um MOP, um tipo de esfregão ideal para higienizar o ambiente de forma úmida.

Por questões de proliferação de bactérias, também são estritamente proibidos panos de prato e esponja dupla face — itens muito usados em cozinhas domésticas. O recomendado é que sejam adotados panos descartáveis multiuso e esponjas de silicone ou fibra sintética.

Como ficar em dia com a vigilância sanitária

Para trabalhar com os alimentos visando à segurança alimentar, o ideal é que as carnes, peixes e frios sejam armazenados separadamente, de acordo com a temperatura recomendada para cada produto.

As proteínas, de modo geral, precisam de uma temperatura variando entre 0°C e 5°C. Logo, não se pode colocar juntos uma proteína e um hortifrúti, por exemplo, já que estes se conservam em até 12°C. Os laticínios também precisam de temperatura de conservação mais elevada que as proteínas.

Separação por prateleiras

Uma ótima maneira de armazenar os produtos na cozinha de um restaurante é dispondo-os em prateleiras.

Quando falamos em produtos de categorias diferentes, o ideal é que você tenha uma prateleira separada para cada segmento — uma para verduras, outra para laticínios, outra para temperos etc. O mais importante é respeitar ao máximo a temperatura de armazenamento indicada pelo fabricante.

E lembre-se: os alimentos prontos para consumo devem ficar nas prateleiras mais altas, ou de temperatura mais elevada.

Já nas câmaras frias, as prateleiras mais altas são as mais refrigeradas e as prateleiras mais baixas são as que apresentam temperatura mais elevada. O ideal é que os alimentos higienizados e manipulados — como verduras já cortadas e descascadas — fiquem mais próximas ao topo, em seguida, os alimentos que ainda não passaram por nenhum processo de preparação.

Ainda é importante ressaltar um ponto sobre o armazenamento em câmaras frias e geladeiras: as carnes cruas devem sempre ser guardadas nas prateleiras inferiores. Assim, não corre-se o risco de os líquidos das proteínas contaminarem outros alimentos, o que também previne o  desperdício.

Estratégias de planejamento e ajuda profissional

Todo mobiliário de uma cozinha profissional — incluindo utensílios e equipamentos — deve estar em sinergia com a proposta do restaurante e com o cardápio. Por isso, é importante responder a algumas perguntas capazes de nortear a montagem da infraestrutura: Qual público eu quero alcançar? Com qual segmento do mercado vou trabalhar? Será um restaurante ou uma lanchonete? À la carte ou self-service?

Você não precisa ter tudo definido de antemão, mas ter uma ideia de como será o serviço ajuda na compra de equipamentos, na reforma de cômodos e no planejamento do espaço necessário para estoque.

Além disso, é sempre bom procurar a ajuda de especialistas nos momentos que antecedem a montagem da cozinha, seja para pensar a estrutura, orientar sobre a legislação ou oferecer consultorias para o sucesso do negócio.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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