Taxa de serviços: veja agora como definir em seu estabelecimento

Prática • jan. 07, 2019

A cobrança da taxa de serviços em estabelecimentos como restaurantes e hotéis ainda causa muitas dúvidas em empresários e clientes. São vários aspectos que cercam a questão, tanto do ponto de vista da gestão da empresa quanto dos consumidores.

Como gestor, é fundamental entender melhor o assunto para evitar problemas trabalhistas e orientar melhor funcionários e clientes.

Portanto, vamos explicar o que é e o que diz a legislação a respeito da taxa de serviço. Além disso, vamos esclarecer as diferenças entre ela e a gorjeta e como fazer para aplicar essa prática em seu estabelecimento. Fique atento e boa leitura!

O que é a taxa de serviços?

A taxa de serviço é uma cobrança extra feita por bares e restaurantes aos seus clientes. Trata-se de um percentual, que normalmente é de 10%, sobre o valor final da conta. Ele é aplicado como uma sugestão, ou seja, o consumidor não é obrigado a pagar esse valor caso não concorde.

De modo geral, as pessoas associam o pagamento da taxa à qualidade dos serviços prestados, principalmente pelos garçons. Dessa forma, um bom atendimento é um fator que estimula a contribuição por parte dos clientes, que se sentem mais agradecidos e instigados a retribuir de alguma forma.

O que diz a Lei a respeito do assunto?

Em março de 2017 foi sancionada a Lei 13.419 , que regulamenta a taxa de serviços e as gorjetas como um todo. Apesar de trazer diversas determinações, os acordos coletivos firmados junto aos sindicatos de cada localidade exercem poder maior sobre ela. Isso significa que eles podem apresentar orientações específicas que diferem da Lei, mas que devem ser seguidos de forma prioritária.

Sendo assim, vamos abordar o que está determinado na Lei Federal, mas é importante ressaltar que cada acordo coletivo pode tratar os assuntos de outra forma. Logo, o ideal é consultar o que foi estabelecido em cada caso.

Distribuição entre os empregados

O valor arrecadado com as gorjetas e taxa de serviço devem ser distribuídos entre todos os funcionários do local. Isso pode incluir os empregados que não fazem o atendimento direto às mesas, como a equipe da cozinha e da limpeza.

A forma como essa divisão será feita deve ser determinada em assembleia, em conjunto com os próprios trabalhadores. Alguns sindicatos deixam os percentuais estabelecidos na convenção coletiva firmada com as empresas, outros deixam isso a cargo de cada uma.

Incorporação ao salário

Tanto as gorjetas dadas diretamente aos garçons quanto a taxa de serviço sugerida pelo estabelecimento passaram a incorporar o salário dos profissionais desde a aprovação da Lei. Isso quer dizer que esses valores passaram a ser tributados e a contar como parte da base para diversos cálculos trabalhistas, como pagamento de férias e 13º salário.

Além disso, ele deve vir discriminado no holerite e ser anotado na CTPS — Carteira de Trabalho e Previdência Social. Essa anotação deve ser do salário fixo mais a média de gorjetas registradas nos 12 meses anteriores.

Encargos envolvidos

Por ter sido incorporado ao salário, os valores arrecadados com gorjetas e taxa de serviço são tributáveis. Com isso, parte dele é retido pela empresa para cobrir essas despesas. O percentual retido varia conforme o regime de tributação seguido:

  • Simples Nacional: 20%.
  • Lucro real: 33%.

Lembrando que você precisa repassar todo o restante integralmente aos funcionários.

Taxa de serviços e gorjeta são a mesma coisa?

Os dois conceitos são bastante similares, mas não são exatamente iguais. Enquanto a taxa de serviço é um percentual sugerido pelo estabelecimento, a gorjeta é um valor avulso, pago diretamente ao garçom conforme a vontade do cliente. Dessa forma, o controle sobre os valores arrecadados pela taxa de serviços é bem maior que no outro caso.

Contudo, a legislação aborda ambos os conceitos da mesma forma. Sendo que, no caso das gorjetas, o montante médio mensal pode ser calculado por estimativa e pode ou não sofrer incidência tributária. O que determinará isso, novamente, será o acordo coletivo firmado entre a empresa e o sindicato.

Como definir a taxa de serviços?

Para começar a cobrar a taxa de serviço dos clientes, o estabelecimento precisa tomar algumas precauções, conforme vamos descrever a seguir.

Estabeleça um acordo junto ao sindicato da sua região

O primeiro passo é ter um acordo coletivo estabelecido junto ao sindicato da categoria. Afinal, é esse acordo que vai reger todas as regras. Além disso, tanto a empresa quanto os colaboradores ficam resguardados e esclarecidos sobre os direitos e deveres de cada uma das partes.

Convoque uma assembleia com os empregados

Mesmo que não seja possível firmar um acordo com o sindicato, antes de implementar a gorjeta, é fundamental convocar uma assembleia de funcionários para definição dos detalhes sobre o assunto. Defina os percentuais da taxa de serviço e a forma de distribuição dos valores arrecadados entre a empresa e os empregados.

Caso tenha um acordo coletivo, a assembleia servirá para determinar os pontos que faltarem. Em geral, a partilha entre os funcionários de diferentes funções, como cozinheiros e gerentes, por exemplo, entra nesse aspecto.

Prepare sua equipe

Por fim, é importante lembrar que, qualquer que seja a modalidade paga pelo cliente, trata-se de um valor opcional. Ou seja, é preciso conquistar o merecimento por ele. Isso pode ser feito por meio da preparação da equipe, principalmente aquela que fará o atendimento direto ao cliente. Se tudo sair bem, o consumidor não terá motivos para não pagar os famosos “10%”. Se for acima da expectativa, ele ainda pagará uma gorjeta extra.

Como vimos, a taxa de serviços é um recurso muito importante para a complementação salarial dos funcionários do seu estabelecimento. Apesar de ser facultativa, grande parte dos clientes pagam sem qualquer reclamação. Então, tomando os devidos cuidados ao implementá-la, seus funcionários ficarão ainda mais motivados e conseguirão proporcionar experiências cada vez melhores aos consumidores.

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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