Franquia: você sabe quando e como começar uma?

Prática • nov. 03, 2020

O sistema de franquia tem crescido muito no Brasil, especialmente por ser um mercado de alto faturamento e boa estabilidade. De acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), no último trimestre do ano passado o setor cresceu mais de 8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com esse cenário animador, este post é uma espécie de miniguia, com dicas valiosas sobre o que é necessário para expandir o seu estabelecimento, qual é o momento certo e como fazer isso. Ficou interessado em saber como começar uma franquia? Continue a leitura e confira!

Entenda o que é uma franquia

De maneira bem resumida, entende-se por franquia o modelo de negócio que resulta da concessão do direito de uso, dada pelo proprietário da marca (franqueador) ao investidor (franqueado) com o objetivo de que essa marca seja replicada em diversos locais, por meio de um formato reconhecido e bem-sucedido.

A principal característica das franquias é que os processos e produtos são padronizados. Elas abarcam vários segmentos de mercado, o qual pode ser uma marca, um produto, um serviço e até mesmo um conceito.

No Brasil, a Lei de Franquias  nº 8.955/94 é que regulamenta o segmento. O Artigo 2º define o franchising como:

“o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício.”

O principal intuito das franquias é oferecer aos franqueados a possibilidade de sucesso de maneira segura e, ao proprietário da marca, a chance de expansão.

Adapte o segmento do seu negócio atual para a franquia

Primeiramente, é importante reunir todas as informações possíveis sobre o funcionamento desse modelo de negócio. O sistema de franchising tem muitas regras específicas e conhecê-las é primordial para o sucesso do seu negócio. Tenha atenção aos seguintes tópicos:

  • aspectos jurídicos — é importante conhecer todas as regras básicas presentes na Lei de Franquias). Um dos principais objetivos da legislação é determinar os requisitos da Circular de Ofertas de Franquias;
  • taxa de franquia e royalties — a taxa de franquia é uma quantia única referente à concessão pelo uso da marca. Já os royalties são as prestações mensais que o dono da unidade deve pagar à marca;
  • treinamentos e manuais — o apoio administrativo e operacional são os diferenciais de uma franquia. Sendo assim, é indispensável investir em cursos de treinamento e aperfeiçoamento;
  • software de gestão — com ele é possível reunir informações, acompanhar de perto as demandas dos seus franqueados, indicar os melhores fornecedores e ter controle de qualidade nas unidades;
  • marketing — gerir a imagem da marca é muito importante, pois, além de divulgar para os consumidores finais, a rede também precisa de ações para atrair o olhar de novos investidores. Mais que uma estratégia, o marketing é uma obrigação no mercado de franchising.

Analise a capacidade do investimento para começar

Muitos empreendedores fazem a análise de viabilidade de começar uma franquia e tomam como base o investimento necessário e em quanto tempo surgirão lucros. Contudo, é necessário realizar uma análise mais criteriosa.

Há duas etapas de gastos: a primeira trata-se do investimento inicial, que engloba os gastos com pagamento da taxa de franquia, compra de maquinário e utensílios, locação ou compra do ponto comercial, instalações elétricas e mecânicas, compra do primeiro estoque, contratação de mão de obra e custos com tecnologia. Esses gastos da primeira etapa só terminam quando o negócio começa a funcionar.

A segunda fase refere-se à manutenção do negócio pelo empreendedor até que as receitas consigam cobrir as despesas. Nesse momento, é necessário ter bagagem financeira e capital de giro para pagar todas as contas do dia a dia, a manutenção do local, a reposição de estoque, os salários dos colaboradores e até mesmo o pró-labore do empresário.

Liste de maneira detalhada todos esses dados em uma planilha e faça a análise do cenário por completo. Se o resultado compensar o seu investimento, é o momento de perder o medo e começar o negócio!

Busque referências e estude sobre as franqueadoras

Se você já tem segurança para começar uma franquia e investir do ponto de vista do franqueador, chegou o momento de olhar para a visão do franqueado. Converse com no mínimo três empreendedores em diferentes fases do negócio: um que estiver em implementação; outro que tenha implementado há pouco tempo; e outro que já tenha mais de um ano de negócio.

Ao conversar com esses franqueados, pergunte qual foi a média de gastos para inaugurar a unidade, como foi o processo de implementação, se recebeu suporte, como é o fluxo de vendas e quais são os desafios enfrentados. Questione também sobre o capital de giro necessário. Colete todas as informações e analise.

Estruture um plano de negócios para começar uma franquia

O plano de negócio é um documento que tem como meta descrever os aspectos estruturais e os objetivos da sua franquia dentro do mercado. Faça perguntas do tipo: quais são os custos iniciais e periódicos de instalação? Quais são os produtos oferecidos pela minha marca e quais são os nossos diferenciais? Qual é o prazo de retorno do investimento (ROI) do franqueado? Qual é o potencial de lucratividade do negócio? Quais serão as taxas e os royalties sobre o faturamento do negócio?

Essas e outras perguntas devem ser respondidas com clareza para que o franqueador tenha plena consciência do que é necessário para que a empresa se mantenha lucrativa e consiga crescer no mercado. Resumindo: cautela e análise de dados são palavras de ordem no momento de decidir expandir o seu negócio para torná-lo uma franquia.

Em suma, como você viu, é muito importante analisar o cenário e as possibilidades de crescimento para saber qual é o melhor momento para começar esse tipo de negócio. Por isso, seguir as dicas apresentadas neste artigo sobre como começar uma franquia pode ajudar bastante!

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O design é uma disciplina que envolve a criação, planejamento e execução de soluções para resolver um problema ou atender a uma necessidade específica. Ele abrange uma ampla variedade de campos e pode ser aplicado a produtos, serviços, ambientes, comunicações e interações. Não se limitando apenas à estética visual, embora isso seja uma parte importante. Ele também considera a funcionalidade, usabilidade, ergonomia e a experiência geral do usuário. O processo geralmente envolve a pesquisa, concepção, prototipagem, testes e implementação. Ele está em diversos aspectos da vida cotidiana, desde a embalagem de produtos que compramos até a interface de aplicativos que usamos e ele pode ser também aplicado nas padarias. Confira nosso conteúdo a seguir e aprenda mais sobre o assunto. Quais os princípios do design? Equilíbrio Simétrico: Distribuição equitativa de elementos de forma semelhante de ambos os lados de um eixo central. Assimétrico: Distribuição equilibrada de elementos visuais sem depender da simetria. Contraste Criação de diferenças visuais entre elementos, como cor, tamanho, forma ou textura, para destacar ou enfatizar. Alinhamento Posicionamento cuidadoso de elementos para garantir uma disposição ordenada e organizada. Repetição Utilização de padrões repetitivos para criar consistência e coesão visual. Ênfase Destaque de elementos importantes para chamar a atenção do espectador. Proporção Relação harmônica entre diferentes partes de um design, contribuindo para uma estética equilibrada. Hierarquia Organização visual de elementos para indicar a importância ou a ordem de leitura. Espaço Gerenciamento eficaz do espaço negativo e positivo para melhorar a legibilidade e a compreensão. Simplicidade Eliminação de elementos desnecessários para criar designs claros e diretos. Coesão Relacionamento visual entre elementos para garantir que o design funcione como uma unidade integrada. O Design aplicado às padarias Ao contrário do que se pensa, estas técnicas não se reservam apenas a projetos de grandes arquitetos mas podem ser perfeitamente aplicadas a todos os negócios e tanto a sua identidade quanto Atração Visual: quando bem pensado pode atrair a atenção, tornando a padaria mais convidativa e aumentando o potencial de atração de novos clientes. Identidade Forte: uma aplicação consistente com logotipos, esquemas de cores e outros elementos que distinguem a padaria no mercado. Experiência do Cliente Aprimorada: um design cuidadoso não se limita apenas à estética, mas também à experiência geral do cliente. Facilidade de Navegação: facilita a navegação dos clientes pela padaria. Isso pode resultar em uma experiência de compra mais agradável e eficiente. Destaque de Produtos: pode ser usado para destacar produtos específicos, promovendo itens. Isso pode influenciar as decisões de compra dos clientes. Credibilidade e Profissionalismo: quando bem executado transmite uma imagem de profissionalismo e atenção aos detalhes, o que pode aumentar a credibilidade. Diferenciação no Mercado: a aplicação eficaz dos princípios pode diferenciar a padaria de seus concorrentes, ajudando-a a se destacar e conquistar uma parcela do mercado. Comunicação Eficaz: sinalizações claras e comunicação visual, facilitam a transmissão de informações, promoções e ofertas especiais. Cuidados com design na padaria Excesso de móveis Estes não devem comprometer o espaço e a circulação dos clientes, e no caso de mesas e cadeiras, devem ser suficientes para acomodá-los. Paisagismo Se há uso de plantas e jardins naturais, estes devem ter rega, limpeza e manutenção constante para permanecerem bonitos. Uso de buffets Estes não devem "roubar" espaço e não prejudicar a circulação. Precisam ser dimensionados conforme a demanda e variedade do cardápio. Mesas e cadeiras extras Havendo falta, reavalie o espaço, remova itens e outros móveis, e disponibilize local para mais destas. Afinal, o cliente é mais importante. Manutenção de fachada Faça limpeza e manutenção periódica da fachada. Iluminação, comunicação visual, contatos, tudo deve estar visível. Exposição de materiais embaixo do balcão Embora possa ser visto como economia e aproveitamento de espaço, prefira manter materiais e embalagens guardados. Iluminação O propósito desta é tornar seu ambiente e produtos visíveis. Reveja o uso desta como decoração. Ademais, ela consome energia elétrica também. Tente usar mais luz natural nos seus projetos. Fotos e imagens Todas as fotos de produtos e decorativas devem estar em bom estado e atualizadas. Dê preferência às de seus próprios produtos. Freezers e geladeiras Devem estar posicionados estrategicamente aos produtos relacionados e ser suficientes para os produtos desejados. Itens e elementos decorativos Devem estar de acordo com o estilo do estabelecimento e não em excesso, desviando a atenção de seus produtos. Os sazonais devem ser removidos assim que passarem as datas comemorativas. Conveniência Concentre-se em itens que vendem juntamente com seus produtos e atendam à demanda dos clientes. Pisos Fique atento ao tipo, limpeza diária e conservação. Sempre que houver danos, programe a manutenção ou troca. Vitrines Estas precisam ser suficientes para variedade de produtos e repostas continuamente. Vitrine vazia não vende. Foco no produto O foco é a venda do que é produzido na padaria. Evite produtos e serviços que não complementem ou não vendam seus produtos. Frente de loja Um conceito que tem auxiliado as padarias, confeitarias e outros empreendimentos do ramo de alimentação é o uso de fornos vitrine na área de vendas. O objetivo desses equipamentos é assar produtos em menor quantidade, mas constantemente e com variedade. Dessa forma, seus clientes verão que há produtos frescos saindo a todo momento, e o aroma de pão é irresistível. Além disso, muitas pessoas desconhecem a fabricação do pão e, mesmo para aqueles que já conhecem, é muito atrativo, e sua padaria certamente chamará a atenção. Outro ponto positivo é que ao assar produtos em menores quantidades, eles se mantêm frescos e ocorre menor desperdício por itens que são assados além do necessário. Sobram, perdem a qualidade gradativamente e, depois, devem ser descartados. Conclusão Em síntese, ao considerarmos a importância do design nas padarias, compreendemos que a estética e a funcionalidade desempenham papéis cruciais na atração e fidelização de clientes. Desde a disposição dos produtos até a escolha de equipamentos como fornos vitrine, o design influencia diretamente na experiência do consumidor. A harmonia visual aliada à praticidade operacional não apenas agrega valor à padaria, mas também cria uma atmosfera convidativa. A implementação cuidadosa do design não só destaca a frescura e a variedade dos produtos, como também reduz desperdícios, promovendo a sustentabilidade no processo. Assim, ao reconhecermos a relevância do design, as padarias não apenas aprimoram seu apelo estético, mas também otimizam operações, conquistando clientes e assegurando um espaço distintivo no mercado gastronômico. E agora que tal aplicar os mesmos conceitos com na exposição de produtos? Clique aqui e veja nosso conteúdo sobre o vitrinismo. 
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