Desenvolvimento de Receitas: veja sua importância e como fazer

O desenvolvimento de receitas é fundamental para qualquer produto, e ao contrário do que se pensa, não surge da noite para o dia. Grandes investidores dedicam tempo e dinheiro a essa estratégia. Quando uma mercadoria é lançada, já está em seu estágio definitivo, e seu desempenho já foi previsto.

Sendo assim, gestores de pequenas e médias empresas também podem se beneficiar dessa abordagem, obtendo um índice maior de acertos, reduzindo gastos, problemas produtivos e reclamações futuras dos clientes.

Os ramos da panificação e confeitaria oferecem espaço para a liberdade artística, mas é necessário manter-se atento a questões de produtividade, processo e, principalmente, custos. Afinal, algo que não traz retorno financeiro não é um bom negócio.

Hoje em dia, temos informações literalmente na palma da mão. Portanto, vale a pena pesquisar e ler sobre o que desejamos fazer, além de buscar qualificação específica. Há diversas fontes que podem fornecer conteúdos mínimos sobre determinado produto que devem ser considerados requisitos para quem deseja começar.

Compreender o mercado é primordial, pois é necessário avaliar se o consumidor deseja o produto, qual preço ele está disposto a pagar, qual a margem de lucro mais realista e se não se trata apenas de uma moda passageira.

Aquele “segredo guardado a sete chaves da vovó”, aquele produto tradicional ou mesmo algo novo, precisa ser trazido para o âmbito comercial e, principalmente, para o processo profissional em maior escala.

Não é sempre que o que é feito em casa, à mão, na batedeira ou no forno doméstico é feito da mesma forma em uma padaria, confeitaria ou mesmo em uma produção industrial. Para isso, é necessário se especializar, investir e pensar à frente.

O apoio de consultores hábeis em confeitaria e panificação evita muitos problemas na análise, escolha, levantamento de custos, definição de equipamentos, balanceamento e padronização de receitas desde o início.

Eles conduzem testes e trabalham em conjunto com o empreendedor e a equipe que fará o produto, demonstrando, instruindo e treinando. É importante montar uma rede de contatos e conversar com diversas pessoas, buscar referências e consultar um especialista terceirizado para ajudá-lo.

Antes de tudo, precisamos ter as condições mínimas para fabricar qualquer coisa e essas condições devem estar de acordo com as legislações vigentes de Vigilância Sanitária , sendo fiscalizadas e possuindo o devido alvará.

Mesmo as empresas já existentes precisam se adequar constantemente e, quando desejam adicionar outro produto, precisam passar por todo o processo novamente. Isso envolve estudo e, certamente, é um investimento significativo, mas que se reverte em segurança para todos.

Trabalhar sem as ferramentas básicas pode transformar o sonho de ter um negócio próprio em um pesadelo. Fazer as coisas como no passado pode ser algo belo, mas com a demanda atual dos empreendimentos da alimentação, acaba sendo improdutivo, desgastante e pouco lucrativo.

Por melhor que seja a receita, a tecnologia nos ajuda a fazer muito mais, com menos e melhor. Equipamentos maiores, modernos e automatizados permitem uma maior vazão de produção. Vale a pena conhecê-los!

Deve-se desenvolver a receita no equipamento em que será fabricada, pois as condições podem mudar e alterações podem ocorrer. Por isso, é necessário realizar ambos os processos simultaneamente para garantir maior confiabilidade.

A Prática oferece seu Centro de Tecnologia em Panificação como espaço aberto para testes de seus clientes e produtos, bem como sua filial em São Paulo, concessionárias e espaços de relacionamento parceiros.

Ao mesmo tempo, os insumos profissionais devem ser prospectados com seus respectivos fabricantes e marcas. Todo produto é uma equação com um número de variáveis, e todas precisam estar em acordo. Todo ingrediente novo deve ser testado.

O mercado dispõe de inúmeras opções. Sendo assim, antes de começar a fabricar e vender, faça um levantamento. Há fabricantes de ingredientes que também estão à disposição e que contam com espaços próprios. Eles podem inclusive indicar equipamentos.

Não adianta oferecer o melhor produto possível se o cliente se assusta com o preço ou não pode adquiri-lo. Ingredientes de altíssima qualidade podem ajudar na sua receita, mas não são “pós mágicos” que resolvem todos os problemas. Antes, eles exigem cuidados redobrados.

Além disso, produtos com materiais dispendiosos inviabilizam testes, uma vez que muitos implicam na perda desses materiais. Assim, é vital concentrar-se na “padronização”, ou seja, em produtos que ofereçam um nível de qualidade desejado, mas sem onerar o consumidor final, permitindo margens de lucro maiores.

Se uma receita requer muita mão de obra e manipulação, com equipamentos ocupados por muito tempo e muitos processos complicados e sem muita explicação sobre como agregam valor ao resultado, estamos diante de um problema.

Do início ao fim do processo, é importante ter o mínimo de operações necessárias para que a produção seja viável e economicamente interessante. Caso contrário, gastaremos muito para produzir pouco, o que só é justificável quando o preço cobre toda a cadeia produtiva.

A análise sensorial deve ser feita ao final de cada teste e consiste em avaliar os seguintes aspectos:

Com o padrão estabelecido, é hora de testá-lo em escala. Caso você consiga manter o padrão, sua receita estará pronta para produção. É importante repetir o teste produtivo para verificar se há alguma alteração e ajustar os parâmetros, se necessário.

Além disso, é necessário considerar outros pontos importantes, como possíveis perdas não previstas, ritmo de produção, paradas, carregamentos e descarregamentos, movimentações, repousos, operações desnecessárias ou complementares, entre outros aspectos produtivos.

Em resumo, precisamos ter em mente que quanto mais parâmetros de qualidade um produto tiver, mais complexo será o desenvolvimento de receitas e sua produção.

Todos nós temos uma certa vaidade em relação ao nosso produto, mas tentativas e erros fazem parte do aprendizado. Precisamos ser capazes de enxergar deficiências, saber ouvir, aceitar orientações e ter flexibilidade.

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